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Exportações agrícolas brasileiras sofrem pressões na UE, diz ministro

Rio de Janeiro - O Brasil enfrenta dificuldades para ampliar suas exportações agrícolas para a União Europeia (UE) devido a pressões dos produtores nos países do bloco, denunciou hoje o ministro da Agricultura Wagner Rossi. Apesar de ter um peso econômico menor, o setor agropecuário tem força política nos países europeus, "onde fazem muita pressão", […]

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2010 às 16h13.

Rio de Janeiro - O Brasil enfrenta dificuldades para ampliar suas exportações agrícolas para a União Europeia (UE) devido a pressões dos produtores nos países do bloco, denunciou hoje o ministro da Agricultura Wagner Rossi.

Apesar de ter um peso econômico menor, o setor agropecuário tem força política nos países europeus, "onde fazem muita pressão", afirmou o ministro hoje, em entrevista no Rio de Janeiro.

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O Brasil é um dos maiores provedores agrícolas mundiais, mas a crise econômica mundial fez com que a Europa "apertasse o cinto" e reduzisse sua demanda, acrescentou Rossi.

O Governo brasileiro confia em que um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a UE possa colocar um fim às restrições europeias às exportações agrícolas do país.

As negociações para esse acordo foram retomadas recentemente após vários anos estagnadas, mas ainda sofrem a pressão dos produtores agrícolas brasileiros.

Com relação aos Estados Unidos, Rossi lamentou a falta de acordos que facilitem o comércio em alguns casos específicos, em referência principalmente ao etanol.

Apesar de ser mais econômico e produtivo, o etanol de cana-de-açúcar do Brasil sofre restrições no mercado americano, que produz o biocombustível a base de milho e mantém "certo grau de protecionismo".

O ministro também se referiu às limitações que o setor agropecuário enfrenta como consequência da valorização do real frente ao dólar.

Segundo Rossi, apesar de "ganhar em produção, o Brasil perde na comercialização internacional" pela valorização de sua moeda frente ao dólar.

O Brasil exportou US$ 68 bilhões em produtos agropecuários entre julho do ano passado e junho de 2010, número que não chega a bater o recorde de 2008 (julho de 2007 e junho de 2008), com US$ 71,9 bilhões.

"O clima e o preço de produtos como o café e a soja são fatores que não podemos controlar, mas em um ano normal nós passaríamos esse recorde de exportação", explicou Rossi.

A agropecuária constitui 26% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 42% de suas exportações, que têm 215 países como destino.

O ministro destacou igualmente que a agropecuária brasileira e o respeito ao meio ambiente não são incompatíveis e que "o Brasil é o único país que tem as condições de duplicar a produção agrícola sem cortar uma árvore".

O país investiu R$ 2 bilhões na criação do programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), dirigido a recuperar terras rurais degradadas e a integrar a agricultura e as áreas florestais.

Além disso, Rossi enfatizou a necessidade de apoiar a agricultura familiar, já que "uma porcentagem dessa produção em pequena escala contribui consideravelmente na agricultura do país, sobretudo no norte".

"A complementação entre os dois tipos de agricultura (familiar e empresarial) permitiu uma redução dos problemas sociais (em zonas rurais)", comentou.

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