Soja: atraso na colheita tem estressado o mercado (Alexis Prappas/Exame)
Reuters
Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 17h59.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2021 às 01h47.
As exportações de soja do Brasil recuaram 96,5% em janeiro no comparativo anual, para 49.500 toneladas, conforme dados divulgados nesta segunda-feira pelo governo federal, o menor resultado para o primeiro mês do ano desde 2014, em meio a um forte atraso na colheita do principal produtor e exportador da oleaginosa.
Em janeiro de 2014, o país embarcou 30.580 toneladas de soja, segundo dados do governo. O volume comercializado no mês passado também é inferior ao visto em dezembro, de 270.000 toneladas.
Os trabalhos de colheita da safra 2020/21 foram afetados pela semeadura tardia na maior parte das regiões produtoras, em razão de uma seca ocorrida no início da temporada. Além disso, chuvas acima da média contribuíram para dificultar o acesso às lavouras no mês passado.
A combinação destes fatores fez com que a colheita brasileira da oleaginosa atingisse o ritmo mais lento dos últimos dez anos, segundo a consultoria AgRural, reduzindo a disponibilidade de grãos para exportação.
O atraso na colheita tem estressado o mercado, uma vez que a programação de navios nos portos brasileiros para fevereiro indica demanda para exportação de mais de 8 milhões de toneladas de soja.
Já os embarques de milho subiram 20,9% em janeiro, para 2,55 milhões de toneladas.
As vendas externas de açúcar avançaram 31,2% em relação ao mesmo período do ano passado, para 2,1 milhões de toneladas, mostraram os dados.