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Expansão do gasto público tem ajudado comércio, avalia CNC

O governo precisará garantir a aprovação de novas medidas para afastar as incertezas em relação ao ajuste fiscal

Comércio em rua de São Paulo: a dívida vai saltar de 75,6% do PIB ao final deste ano para 90,7% em 2021 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2016 às 11h23.

São Paulo - A política fiscal de expansão dos gastos do setor público no Brasil tem contribuído para dar alívio ao comércio no curto prazo, mas o governo precisará garantir a aprovação de novas medidas para afastar as incertezas em relação ao ajuste fiscal .

A avaliação é do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, que apresentou nesta semana, em Brasília, projeções que apontam um crescimento explosivo da dívida bruta do governo nos próximos anos.

Pelas projeções, a dívida vai saltar de 75,6% do PIB ao final deste ano para 90,7% em 2021 - patamar considerado insustentável para uma economia com as características da brasileira. Em 2015, a dívida fechou em 66,5% do PIB e há três anos, em 2013, estava em 51,7%.

Apesar do quadro de incerteza fiscal, Thadeu de Freitas afirmou que o governo faz certo ao não tentar controlar as despesas no curto prazo na "boca do caixa" do Tesouro Nacional.

"Não adianta ser Dom Quixote no curto prazo e não liberar recursos, se o governo não está fazendo reformas estruturais", afirmou ele, destacando que não há ajuste sem reformas para segurar as despesas obrigatórias.

Segundo Carlos Thadeu, o quadro de expansão fiscal não é ideal, mas tem ajudado a movimentar a economia no curto prazo. O certo, ressaltou, seria um cenário de contração fiscal com expansão da política monetária. O risco de não liberar os recursos orçamentários, porém, seria o de aprofundamento da recessão econômica, advertiu.

"Não sou favorável à expansão fiscal no curto prazo, mas não tem alternativa", ponderou. Ele acrescentou, no entanto, que o governo Michel Temer poderia ter segurado o aumento das despesas que estão sendo prometidas, como os reajustes salariais dos servidores.

Para ele, o cenário para 2017 continuará sendo o de expansão fiscal, o que traz maior dificuldade para o Banco Central, que se comprometeu a levar a inflação para o centro da meta de 4,5% no ano que vem e tem "vociferado" a necessidade do ajuste fiscal para o combate da alta do preços.

"O mercado vai exigir tudo: brinco, cabelo, roupa...", disse sobre o comportamento dos agentes econômicos após a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Na sua avaliação, o governo deveria ter proposto o teto para o gasto com correção da inflação de 4,5%, que é o centro da meta. "Não chamaram o BC para a reunião em que decidiram a PEC do gasto", ironizou.

Em 2017, o teto do gasto não terá efeito para o controle dos gastos e dará mais trabalho ao BC, já que a inflação que corrigirá as despesas será mais elevada de 2016 ( entre 7% e 7,5%), enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) promete o IPCA em 4,5%.

O economista-chefe da CNC avalia ainda que, se o governo elevar a Cide-Combustível, vai "explodir" a estratégia do BC de colocar a inflação no centro da meta em 2017.

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São Paulo - A política fiscal de expansão dos gastos do setor público no Brasil tem contribuído para dar alívio ao comércio no curto prazo, mas o governo precisará garantir a aprovação de novas medidas para afastar as incertezas em relação ao ajuste fiscal .

A avaliação é do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, que apresentou nesta semana, em Brasília, projeções que apontam um crescimento explosivo da dívida bruta do governo nos próximos anos.

Pelas projeções, a dívida vai saltar de 75,6% do PIB ao final deste ano para 90,7% em 2021 - patamar considerado insustentável para uma economia com as características da brasileira. Em 2015, a dívida fechou em 66,5% do PIB e há três anos, em 2013, estava em 51,7%.

Apesar do quadro de incerteza fiscal, Thadeu de Freitas afirmou que o governo faz certo ao não tentar controlar as despesas no curto prazo na "boca do caixa" do Tesouro Nacional.

"Não adianta ser Dom Quixote no curto prazo e não liberar recursos, se o governo não está fazendo reformas estruturais", afirmou ele, destacando que não há ajuste sem reformas para segurar as despesas obrigatórias.

Segundo Carlos Thadeu, o quadro de expansão fiscal não é ideal, mas tem ajudado a movimentar a economia no curto prazo. O certo, ressaltou, seria um cenário de contração fiscal com expansão da política monetária. O risco de não liberar os recursos orçamentários, porém, seria o de aprofundamento da recessão econômica, advertiu.

"Não sou favorável à expansão fiscal no curto prazo, mas não tem alternativa", ponderou. Ele acrescentou, no entanto, que o governo Michel Temer poderia ter segurado o aumento das despesas que estão sendo prometidas, como os reajustes salariais dos servidores.

Para ele, o cenário para 2017 continuará sendo o de expansão fiscal, o que traz maior dificuldade para o Banco Central, que se comprometeu a levar a inflação para o centro da meta de 4,5% no ano que vem e tem "vociferado" a necessidade do ajuste fiscal para o combate da alta do preços.

"O mercado vai exigir tudo: brinco, cabelo, roupa...", disse sobre o comportamento dos agentes econômicos após a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Na sua avaliação, o governo deveria ter proposto o teto para o gasto com correção da inflação de 4,5%, que é o centro da meta. "Não chamaram o BC para a reunião em que decidiram a PEC do gasto", ironizou.

Em 2017, o teto do gasto não terá efeito para o controle dos gastos e dará mais trabalho ao BC, já que a inflação que corrigirá as despesas será mais elevada de 2016 ( entre 7% e 7,5%), enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) promete o IPCA em 4,5%.

O economista-chefe da CNC avalia ainda que, se o governo elevar a Cide-Combustível, vai "explodir" a estratégia do BC de colocar a inflação no centro da meta em 2017.

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