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Europa estende ajudas para evitar calamidade econômica

O fato é que a sustentabilidade da retomada econômica é incerta. Muitas empresas ainda estão fechadas ou atendendo menos clientes do que antes

Mulher usando máscara de proteção passa pelo símbolo da União Europeia, 5 de junho de 2020. (Yves Herman/Reuters)
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Bloomberg

Publicado em 5 de julho de 2020 às 08h00.

Governos europeus já perceberam que terão que conviver com programas de ajuda para salvar empregos e empresas por mais tempo do que se pensava e impedir que a economia entre em colapso.

Em todo o continente, programas de licença remunerada que protegeram cerca de 50 milhões de empregos no auge das quarentenas, bem como adiamento de impostos e moratórias de empréstimos, estão sendo estendidos, mesmo com o fim das restrições de mobilidade. O fato é que a sustentabilidade da retomada econômica é incerta. Muitas empresas ainda estão fechadas ou atendendo menos clientes do que antes.

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A perspectiva obrigou autoridades a deixarem de lado preocupações com o aumento da dívida para prolongar as medidas para a crise, algumas das quais inicialmente deveriam expirar nesta semana. A alternativa arriscaria um forte aumento do desemprego, poderia assustar consumidores já cautelosos e prejudicar a recuperação.

Perdas de emprego pela frente: economistas esperam aumento do desemprego na zona do euro (Divulgação/Bloomberg)

“Os governos precisam estabelecer um bom equilíbrio entre cortar o apoio e observar o impacto na economia, ou continuar o apoio, talvez com mais generosidade do que o inicialmente previsto, e ver as finanças incharem”, disse Peter Dixon, economista do Commerzbank. “Portanto, é um equilíbrio muito complicado de encontrar. Talvez os governos tenham subestimado a demanda por suporte.”

Outro motivo para manter a cautela é que alguns países enfrentam um ressurgimento do vírus. Os casos aumentaram nos EUA, enquanto a cidade inglesa de Leicester e alguns distritos nos arredores de Lisboa restabeleceram as quarentenas para conter novos focos da pandemia.

Relatório divulgado na sexta-feira mostrou que empresas da zona do euro cortaram empregos pelo quarto mês consecutivo em junho em meio à fraca demanda. Embora o ritmo tenha diminuído, a pesquisa com gerentes de compras mostrou que o indicador permaneceu “historicamente alto”.

Com tantos empregos em risco, programas de licença remunerada subsidiados pelo governo foram fundamentais para a resposta à crise. Reino Unido, Itália, Espanha, Áustria, Suíça e Irlanda expandiram esses programas em seus países até o fim de agosto. A França introduziu uma nova versão de um esquema de licença parcial que pode ser usado por até dois anos pelas empresas.

A Alemanha flexibilizou as condições de seu antigo programa Kurzarbeit para facilitar a proteção dos salários dos trabalhadores durante a pandemia e estenderá esse alívio, se necessário.

Movendo-se novamente: dados de trânsito mostram que Alemanha e França estão em níveis pré-crise (Divulgação/Bloomberg)

Para os governos, a alta incerteza significa que provavelmente terão que ajustar seus esquemas de improviso - exatamente como fizeram quando foram lançados alguns meses atrás.

“Com o passar do tempo, teremos mais evidências e será o momento em que poderemos adaptar os instrumentos de política econômica", disse o economista-chefe do Banco da Espanha, Oscar Arce. “Temos que esperar um pouco mais”, acrescentou, “para ver como será a perspectiva”.

(Com a colaboração de Dara Doyle, Boris Groendahl, Alessandra Migliaccio, Alessandro Speciale, Joao Lima, Sotiris Nikas, Joost Akkermans, William Horobin e Zoe Schneeweiss).

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