Economia

EUA perderam US$ 800 bi em comércio em 2016, diz Trump

Trump diz que "isso não acontecerá mais", e disse que está interessado em acordos comerciais, mas enfatizou que não permitirá que "tirem vantagem" dos EUA

Donald Trump: o presidente voltou a enfatizar que privilegiará os produtos e a geração de empregos no país (Getty Images/Getty Images)

Donald Trump: o presidente voltou a enfatizar que privilegiará os produtos e a geração de empregos no país (Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de março de 2017 às 21h51.

Última atualização em 20 de março de 2017 às 22h26.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que deseja o que considera um comércio mais justo com outros países.

"Nosso país perdeu US$ 800 bilhões em comércio no ano passado e isso não acontecerá mais", disse Trump durante discurso no Kentucky.

Na verdade, o déficit comercial do país no ano passado foi de US$ 502,3 bilhões.

"Estou falando sobre comércio recíproco", disse o presidente.

O governo americano tem evitado as negociações comerciais multilaterais e privilegiado acordos bilaterais.

Trump disse que está interessado em acordos comerciais, mas enfatizou que é necessário haver "justiça".

"Nós queremos reciprocidade", afirmou. "Não vamos permitir que outros países tirem vantagem da gente, como tem acontecido."

Trump disse que pretende renegociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês).

"Começaremos a tratar disso em breve", comentou, qualificando o Nafta como "talvez o pior acordo" já feito na história.

"Vai ser fácil" renegociá-lo, disse o presidente à plateia.

O presidente voltou a enfatizar que privilegiará os produtos e a geração de empregos no país.

Disse defender "duas regras simples: compre da América e contrate na América".

Além disso, voltou a afirmar que controlará a imigração, que segundo ele rouba empregos de americanos no país.

Trump afirmou que os imigrantes ilegais já estão sendo perseguidos e sendo expulsos do país. "E não vamos deixar eles voltarem."

Trump reafirmou que pretende aumentar os gastos em infraestrutura, reduzir impostos e regulações "desnecessárias".

Segundo ele, a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) vinha sendo uma "matadora de empregos", mas agora será uma "criadora de empregos", sob o comando de Scott Pruitt.

O presidente prometeu que pretende agir para colocar os mineiros do setor de carvão de volta ao trabalho, que já reverteu regulações que segundo ele eram contrárias ao setor e falou em se produzir "carvão limpo" no país.

"Nós herdamos uma bagunça", afirmou Trump.

Segundo ele, o governo trabalha agora para substituir o sistema de saúde aprovado pelo então presidente Barack Obama, o chamado Obamacare.

Ele afirmou que não há divisões entre os republicanos, que controlam o Executivo e o Legislativo. Trump disse que pretende diminuir o custo com medicamentos para os americanos.

"Os preços dos medicamentos ficarão bem mais baratos e isso acontecerá rápido", afirmou, citando por exemplo que buscará fazer processos de leilões para compra dos remédios.

Trump comentou rapidamente a Coreia do Norte, que tem chamado a atenção por fazer testes militares recentes, por exemplo de mísseis.

"O que acontece lá é uma desgraça e não é nada inteligente", disse. O presidente afirmou ainda que acredita na "paz por meio da força".

"Nós somos americanos e o futuro pertence a nós", disse também o presidente.

"Nós faremos a América grande novamente", voltou a dizer, usando seu slogan de campanha.

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