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Etanol segue em queda nas usinas de São Paulo

O etanol hidratado, concorrente da gasolina, caiu mais de 1% na semana passada, para 1,5662 real/litro

Etanol: no acumulado do ano, o etanol hidratado recuou cerca de 16% (Marcos Santos/Agência USP)
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Reuters

Publicado em 6 de março de 2017 às 22h56.

São Paulo - Os preços médios do etanol no Estado de São Paulo, maior produtor e consumidor brasileiro, mantiveram uma sequência de queda e atingiram o menor valor em vários meses na semana passada, com produtores realizando vendas para liberar espaço nos tanques antes do início da nova safra.

O etanol hidratado, concorrente da gasolina, caiu mais de 1 por cento na semana passada, para 1,5662 real/litro (sem ICMS e PIS/Cofins), segundo o indicador Cepea/Esalq, o menor valor nominal desde 2 de setembro, quando fechou a semana a 1,5609 real/litro.

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No acumulado do ano, o etanol hidratado recuou cerca de 16 por cento, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

"No mercado paulista, algumas unidades produtoras seguem ofertando volumes significativos, visando liberar os tanques para a nova temporada (algumas usinas até já iniciaram a moagem). Além disso, distribuidoras vêm trabalhando com estoques adquiridos anteriormente e/ou com produto negociado por meio de contratos", afirmou o Cepea em análise nesta segunda-feira.

Além da questão da proximidade da nova safra, o etanol hidratado está sofrendo pressão da gasolina, que atingiu na semana passada o menor valor em dez semanas nos postos do país, segundo levantamento do órgão regulador (ANP), com a nova política de preços da Petrobras de ajustes mais frequentes nas cotações das refinarias, de acordo com variáveis com o câmbio e o valor do petróleo.

Desde que a nova política de preços da Petrobras entrou em vigor em outubro de 2016, a estatal já reduziu os preços em quatro oportunidades, manteve em uma ocasião e reduziu em outra.

Já o etanol anidro, misturado na gasolina, recuo de 2,38 por cento em relação à semana anterior, para 1,6734 reais/litro na usina (sem PIS/Cofins), o menor valor desde 22 de julho de 2016, quando atingiu 1,6222 real/litro.

No acumulado do ano, o recuo na cotação do anidro é de cerca de cerca de 20 por cento.

Na última semana, ressaltou o Cepea, o movimento de queda dos preços observado em São Paulo também ocorreu em outros Estados do centro-sul, região que responde por cerca de 90 por cento da produção de cana do país.

Houve aumento do fluxo de etanol de Estados dessa região, especialmente de Goiás, para bases paulistas, refletindo na queda de 3,1 por cento entre 24 de fevereiro e 3 de março no preço do Indicador Esalq/BM&FBovespa (etanol hidratado posto Paulínia).

Açúcar também cai

Os preços médios do açúcar cristal negociado no mercado paulista seguem em baixa, movimento que vem sendo observado desde a primeira semana de novembro 2016, quando o indicador Cepea/Esalq cor Icumsa entre 130 e 180 chegou a fechar acima dos R$ 100,00/saca de 50 kg, disse o Cepea em análise nesta segunda-feira.

De 24 de fevereiro a 3 de março, o açúcar cristal caiu 1,2 por cento, fechando a sexta-feira a 80,37 reais/saca de 50 kg, informou o Cepea.

"Algumas usinas de São Paulo devem iniciar a moagem da cana-de-açúcar da nova safra 2017/18 já nos próximos dias, fortalecendo, assim, a resistência de compradores em pagar preços mais elevados pelo cristal. Nesse cenário, é pouco provável uma reversão de tendência para alta de preços no curto prazo."

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