Exame Logo

Especialistas do FMI defendem redistribuição da riqueza

Segundo o estudo, as desigualdades sociais não deveriam ser menosprezadas pelos governos, já que "amputam o crescimento"

Crianças carentes sorriem: "O FMI destrói o velho mito de que a redistribuição seria nefasta para o crescimento e derruba os argumentos em favor da austeridade", disse diretor da Oxfam (©AFP/Arquivo/Pedro Ladeira)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 20h55.

Especialistas do Fundo Monetário Internacional defenderam nesta quarta-feira a redistribuição da riqueza e a luta contra a desigualdade, revisando posições tradicionais de uma instituição que priorizou a austeridade econômica.

Segundo o estudo, as desigualdades sociais não deveriam ser menosprezadas pelos governos, já que "amputam o crescimento" ao reduzir o acesso à educação e alimentam a instabilidade política e econômica.

"Seria um erro se focar no crescimento e pensar que as desigualdades desaparecerão por si mesmas, incluindo a simples razão de que isso desemboca em um crescimento frágil e inviável", destacam os autores do estudo, que recebeu a aprovação do chefe de economistas do FMI, Olivier Blanchard.

Como consequência, esses especialistas não hesitam em contradizer certos economistas liberais que afirmam que a redistribuição da riqueza por meio de impostos e transferência de recursos (subsídios, ajudas, etc) desestimulam a iniciativa privada e finalmente resultam nocivos para a atividade econômica.

"Encontramos sinais escassos de que os esforços de redistribuição tradicionais tenham um impacto negativo sobre o crescimento", disseram.

Segundo o documento, essas medidas, pelo contrário, permitem sustentar um crescimento "mais rápido e mais durável" e mostram que a inação diante de fortes desigualdades é indefensável "em muitos casos".

Este estudo se destaca assim, liquidamente, das recomendações do FMI aos países em crise que, no geral, se centram nos tributos e na redução do gasto público, marginalizando as desigualdades sociais.

Contudo, o documento não reflete a posição oficial do Fundo e um de seus autores, Jonathan Ostry, admitiu que não tem "implicações diretas" na concepção dos programas de ajuda do FMI nem sobre suas recomendações.

Apesar dessas ressalvas, a organização não governamental Oxfam comemorou o estudo, esperando que signifique uma "mudança de tom" do Fundo, em um momento em que sua diretora gerente, Christine Lagarde, também expressou sua preocupação sobre o impacto das desigualdades nas sociedades e nas economias.

"O FMI destrói o velho mito de que a redistribuição seria nefasta para o crescimento e derruba os argumentos em favor da austeridade", afirmou Nicolas Mombrial, diretor da Oxfam Washington.

Veja também

Especialistas do Fundo Monetário Internacional defenderam nesta quarta-feira a redistribuição da riqueza e a luta contra a desigualdade, revisando posições tradicionais de uma instituição que priorizou a austeridade econômica.

Segundo o estudo, as desigualdades sociais não deveriam ser menosprezadas pelos governos, já que "amputam o crescimento" ao reduzir o acesso à educação e alimentam a instabilidade política e econômica.

"Seria um erro se focar no crescimento e pensar que as desigualdades desaparecerão por si mesmas, incluindo a simples razão de que isso desemboca em um crescimento frágil e inviável", destacam os autores do estudo, que recebeu a aprovação do chefe de economistas do FMI, Olivier Blanchard.

Como consequência, esses especialistas não hesitam em contradizer certos economistas liberais que afirmam que a redistribuição da riqueza por meio de impostos e transferência de recursos (subsídios, ajudas, etc) desestimulam a iniciativa privada e finalmente resultam nocivos para a atividade econômica.

"Encontramos sinais escassos de que os esforços de redistribuição tradicionais tenham um impacto negativo sobre o crescimento", disseram.

Segundo o documento, essas medidas, pelo contrário, permitem sustentar um crescimento "mais rápido e mais durável" e mostram que a inação diante de fortes desigualdades é indefensável "em muitos casos".

Este estudo se destaca assim, liquidamente, das recomendações do FMI aos países em crise que, no geral, se centram nos tributos e na redução do gasto público, marginalizando as desigualdades sociais.

Contudo, o documento não reflete a posição oficial do Fundo e um de seus autores, Jonathan Ostry, admitiu que não tem "implicações diretas" na concepção dos programas de ajuda do FMI nem sobre suas recomendações.

Apesar dessas ressalvas, a organização não governamental Oxfam comemorou o estudo, esperando que signifique uma "mudança de tom" do Fundo, em um momento em que sua diretora gerente, Christine Lagarde, também expressou sua preocupação sobre o impacto das desigualdades nas sociedades e nas economias.

"O FMI destrói o velho mito de que a redistribuição seria nefasta para o crescimento e derruba os argumentos em favor da austeridade", afirmou Nicolas Mombrial, diretor da Oxfam Washington.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoDesenvolvimento econômicoFMIRiqueza

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame