Economia

Especialistas comentam piora da meta fiscal de 2018

O governo federal piorou a meta de déficit primário fiscal para o governo central em 2018, para 129 bilhões de reais

Economistas: "De fato esse meta é mais crível, porque os números estavam apontando que era muito difícil mesmo conseguirem entregar aquela meta anterior" (Thinkstock/Thinkstock)

Economistas: "De fato esse meta é mais crível, porque os números estavam apontando que era muito difícil mesmo conseguirem entregar aquela meta anterior" (Thinkstock/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 7 de abril de 2017 às 21h57.

Brasília/São Paulo - O governo federal piorou a meta de déficit primário fiscal para o governo central (governo federal, Banco Central e Previdência) em 2018, a 129 bilhões de reais, marcando outro ano de forte rombo nas contas públicas sob o impacto da fraqueza econômica.

Antes, a expectativa indicada era de um saldo negativo de 79 bilhões de reais.

Veja abaixo comentários de especialistas:

Alessandra Ribeiro, economista, Tendências Consultoria

"De fato esse meta é mais crível, porque os números estavam apontando que era muito difícil mesmo conseguirem entregar aquela meta anterior. Este ano a gente ainda está no risco de não cumprir a meta.

"Isso tudo coloca mais pressão sobre a reforma da Previdência, que ela tem que sair e tem que sair razoável. Se no fim das contas sair algo bastante desfigurado, aí toda a tensão, percepção de risco sobre sustentabilidade das contas públicas vai voltar a ser debatido, vai voltar a ser colocado no preço, e isso pode ter efeitos ruins para o cenário econômico. Só aumenta a pressão pra sair uma reforma da Previdência razoável, bem razoável, eu diria."

Zeina Latif, economista-chefe, XP Investimentos

"Não vou dizer que era esperado. O mercado não vinha discutindo esse assunto. Mas não é à toa que estamos num país que se propõe a fazer reformas estruturais. Este ano o déficit só não vai ser maior porque há receitas temporárias.

"É claro que no ano que vem, diante da melhora esperada para o crescimento, pode ter alguma boa surpresa na arrecadação. Também acho que não vai ser enorme porque as empresas estão numa situação muito frágil e devem primeiro pagar os bancos para depois se acertarem com o Fisco.

"Mas esse é o momento de lembrar as razões que chegamos nesse rombo. E é aquilo: é pior uma meta um ruim, mas crível."

Alberto Ramos, Diretor de Pesquisa Econômica, Banco Goldman Sachs

"Os déficits maiores de 2018 e 2019 refletem o fraco desempenho da receita projetada devido ao declínio acentuado na atividade e à expectativa de uma recuperação pouco inspiradora, mas também ao fato de que os gastos públicos já altos continuam a aumentar em termos reais. Na nossa avaliação, um esforço maior e mais eficaz para reduzir os gastos a curto prazo seria bem-vindo."

Acompanhe tudo sobre:Déficit públicoEconomistasGoldman Sachsxp-investimentos

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor