Economia

Equipe de Biden muda estratégia com agenda menos ambiciosa

A estratégia de Biden para aprovar dois pacotes avança após uma semana tensa de negociações

Joe Biden: presidente disse que os planos são essenciais para manter os EUA competitivos com adversários em rápida ascensão e chamou os oponentes de “cúmplices no declínio da América”. (Melina Mara/Bloomberg via/Getty Images)

Joe Biden: presidente disse que os planos são essenciais para manter os EUA competitivos com adversários em rápida ascensão e chamou os oponentes de “cúmplices no declínio da América”. (Melina Mara/Bloomberg via/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 6 de outubro de 2021 às 20h26.

Por Nancy Cook e Billy House, da Bloomberg

A Casa Branca tenta negociar um acordo menos ambicioso para a agenda econômica do presidente dos EUA, Joe Biden, pesando as prioridades da política liberal contra questões da ala centrista sobre a inflação e aumentos de impostos.

Biden, por sua vez, busca apoio para o plano - e pressionar seus oponentes - em viagens aos chamados campos de batalha eleitorais.

A estratégia de Biden para aprovar dois pacotes - um plano de infraestrutura focado em estradas e pontes e um projeto de lei de gastos sociais reduzido - avança após uma semana tensa de negociações que gerou confrontos entre as facções liberais e centristas do Partido Democrata. Depois que líderes do Congresso tiveram que adiar indefinidamente as votações sobre as medidas, um democrata disse não ter visto tamanha divergência entre membros do próprio partido desde que Biden assumiu o cargo.

Em reuniões esta semana, o presidente alertou progressistas - que defendiam enormes gastos em educação e programas sociais combinados com aumento de impostos sobre os ricos - que terão que moderar as expectativas para a legislação final.

Mas Biden também pressiona o Congresso para aprovar ambos os pacotes. Em discurso na terça-feira em um reduto republicano de Michigan, o presidente americano disse que os planos são essenciais para manter os EUA competitivos com adversários em rápida ascensão e chamou os oponentes de “cúmplices no declínio da América”.

Solução para impasse

Progressistas barraram uma votação sobre o projeto de infraestrutura bipartidário de US$ 550 bilhões, insistindo que os moderados se comprometam primeiro com o pacote maior de gastos sociais. Assessores de Biden acreditam que estão avançando para resolver o impasse, embora um acordo leve mais tempo, disse uma autoridade da Casa Branca.

“Os maiores obstáculos para essa aprovação são as divisões internas dentro do partido”, disse James Manley, estrategista democrata que trabalhou no Senado por 21 anos. “Quanto mais tempo isso durar, mais tempo os oponentes do projeto - sejam grandes empresas ou republicanos - podem aumentar a oposição.”

Valores menores

Um aliado próximo de Biden disse que preservar a maior parte dos programas do projeto de lei, mas com níveis de financiamento mais baixos, seria uma escolha segura porque muitos democratas ainda poderiam declarar vitória por conseguir aprovar seus projetos preferidos.

Mas o financiamento parcial complicaria a implementação de alguns programas, como o financiamento de cuidados de saúde em casa para idosos. Biden disse a progressistas em reunião virtual na segunda-feira que a elegibilidade para muitos programas no projeto de lei pode acabar restrita a pessoas de baixa renda.

Durante outra reunião virtual na terça-feira com cerca de uma dúzia de democratas da Câmara politicamente vulneráveis, Biden insistiu que os membros do partido estão mais de acordo do que parecem, segundo uma pessoa a par da discussão. O presidente não disse especificamente o valor do projeto de lei de gastos sociais, chamado Build Back Better, mas que não seria de US$ 3,5 trilhões, disse a pessoa.

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