Economia

Eólicas dominam leilão de energia A-3

Leilão vendeu energia de 968,6 megawatts (MW) de usinas, dos quais 551 MW correspondem a novos projetos eólicos


	Energia eólica: projetos eólicos foram vendidos ao preço médio de R$ 129,97 por MWh
 (Getty Images)

Energia eólica: projetos eólicos foram vendidos ao preço médio de R$ 129,97 por MWh (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 17h53.

São Paulo - Usinas eólicas e o projeto de expansão da hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, foram os únicos empreendimentos a vender eletricidade no leilão de energia A-3 nesta sexta-feira, dentro das expectativas de agentes do mercado e com resultado considerado "satisfatório" pelo governo.

O leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vendeu energia de 968,6 megawatts (MW) de usinas, dos quais 551 MW correspondem a novos projetos eólicos vendidos ao preço médio de 129,97 reais por megawatt-hora (MWh).

O valor representa um deságio de 2,28 por cento ante o preço máximo estabelecido de 133 reais por MWh. O volume totalizou 265,6 MW médios.

A energia da expansão da hidrelétrica Santo Antônio, referente à uma capacidade de 417,6 MW, vendeu 126,9 MW médios de energia, sem deságio, ao preço de 121 reais por MWh.

Assim, o preço médio de toda energia negociada no leilão foi de 126,18 reais por MWh, sendo que o certame movimentou 10,17 bilhões de reais em contratos. A energia negociada no leilão começa a ser entregue em 2017.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse em coletiva de imprensa após o leilão que o resultado foi "satisfatório". "Atendeu o que precisava", disse.

Ele explicou que a maior parte da necessidade de energia das distribuidoras para 2017 foi contratada em leilão A-5 há dois anos, e que o leilão A-3 tende a ser mesmo um leilão menor, apenas complementar.

"Estimando a carga de energia de 2017, a nossa estimativa é que esteja 99,7 por cento (do total necessário) contratado", disse Tolmasquim.

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e usinas térmicas a biomassa não venderam energia no leilão, conforme já era esperado, no momento em que os investidores dessas fontes reclamam das condições e preços nas competições.

Questionado sobre se haverá medidas para que essas fontes sejam mais competitivas, Tolmasquim lembrou que a contratação de novas PCHs no ano passado já foi muito expressiva, representando cerca de 40 por cento do total contratado em leilões.

No caso das térmicas a biomassa, Tolmasquim disse que elas terão uma oportunidade "muito boa" de se viabilizarem no leilão A-5, porque competirão com térmicas mais caras a gás natural, GNL e a carvão no certame.

Para o leilão desta sexta-feira, havia 7 mil MW de projetos habilitados para participação, sendo 6.159 MW de usinas eólicas, 235 MW de PCHs, 198 MW de térmicas a biomassa e 418 MW da ampliação da hidrelétrica Santo Antônio.

Projetos habilitados para o leilão A-3 estão automaticamente habilitados para os leilões A-5 e de reserva.

Tolmasquim espera maior contratação de energia e deságio mais significativo no preço das eólicas no leilão A-5.

"A gente vai ver, conforme vão passando os leilões, uma oferta muito grande de eólica por um prazo mais longo. (Isso) dá mais tempo para as fábricas fabricarem os equipamentos", disse Tolmasquim.

Distribuidoras

A principal distribuidora de eletricidade a contratar energia no leilão foi a CEA (AP), com 19 por cento do total. Em seguida, a Cemig D contratou 12 por cento e a Light, 11,6 por cento. A Copel, em seguida, contratou 10,5 por cento do total.

O leilão começou às 10h, em São Paulo, e foi operacionalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

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