BNDES: os desembolsos concedidos pelo BNDES em 2016 caíram 35% sobre um ano antes, para 88,3 bilhões de reais, o menor nível desde 2007 (Nacho Doce/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 18h46.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2017 às 18h46.
São Paulo - A entrada de capital privado para preencher a lacuna aberta pela menor atividade do BNDES no financiamento de projetos de infraestrutura vai ser um processo demorado, disse nesta quinta-feira o presidente da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
"O processo de substituição de recursos do BNDES pelos do mercado será longo", disse Robert van Dijk a jornalistas durante encontro anual da entidade que representa instituições do mercado financeiro.
Os desembolsos concedidos pelo BNDES em 2016 caíram 35 por cento sobre um ano antes, para 88,3 bilhões de reais, o menor nível desde 2007, após o governo federal deixar de injetar novos recursos no banco de fomento devido à crise fiscal.
Os números refletem políticas operacionais mais restritivas na concessão de recursos subsidiados pelo banco, cuja a presidente, Maria Silvia Bastos Marques, tem acenado com iniciativas para incentivar investimentos privados na infraestrutura.
Segundo Van Dijk, a Anbima tem discutido com o BNDES e com outras esferas do governo federal formas de incentivar a atração do capital privado.
Para o executivo, algumas condições necessárias para que isso aconteça, como a melhora da gestão macroeconômica, já estão em curso, incluindo a queda da inflação e do juro básico, além da expectativa de reforma da Previdência.
"Com isso, é possível que no segundo semestre deste ano já consigamos ver alguma entrada de capital em instrumentos de prazo mais longo", disse Luiz Sorge, diretor da Anbima.
Porém, disseram os executivos, volumes mais robustos de investimento privado de longo prazo dependerão do aprofundamento dos avanços macroeconômicos.