Trabalhador em campo de obras: o resultado foi impulsionado pelo setor de infraestrutura, com liberações de R$ 9,8 bilhões (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 13h49.
Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou, em empréstimos já aprovados, R$ 28,5 bilhões nos dois primeiros meses do ano, alta de 35% ante janeiro e fevereiro do ano passado, informou nesta quinta-feira, 27, a instituição de fomento.
Segundo nota enviada à imprensa, o resultado foi impulsionado pelo setor de infraestrutura, com liberações de R$ 9,8 bilhões, 82% acima do desempenho do primeiro bimestre de 2013.
Além disso, o setor de infraestrutura ficou com 35% das liberações totais no período. "O bom desempenho reflete, em grande parte, os desembolsos aos segmentos de transportes (logística), relacionados às concessões de aeroportos, rodovias e investimentos em metrô, principalmente", diz a nota do BNDES.
Para a indústria, foram liberados R$ 8,5 bilhões, alta de 25% em relação a janeiro e fevereiro de 2013. O setor industrial recebeu 30% do total liberado pelo BNDES, que destacou os segmentos de química e petroquímica e material de transporte.
O setor de comércio e serviços recebeu R$ 6,919 bilhões em financiamentos nos dois primeiros meses do ano, alta de 18% ante igual período de 2013. Já a agropecuária teve desembolsos de R$ 3,174 bilhões, avanço de 4,0% na mesma base de comparação.
A nota do BNDES destacou ainda o recuo nos valores de consultas, enquadramentos e aprovações, fases anteriores à contração dos empréstimos e, portanto, à liberação dos recursos.
Com R$ 20,8 bilhões, as aprovações foram 18% menores; as consultas somaram R$ 17,7 bilhões, 21% menos; e os enquadramentos, com R$ 26,8 bilhões, diminuíram 4%. Esse recuo pode indicar moderação no crescimento dos desembolsos daqui para a frente.
O BNDES destacou ainda a expansão de 38,2% nas liberações da linha BNDES Finame, com desembolsos de R$ 14,1 bilhões na linha automática, com repasse indireto, para a aquisição de bens de capital.
"Em função do aumento nas taxas de juros do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), em janeiro deste ano, houve uma forte demanda por recursos no final do ano passado, que influenciou positivamente os desembolsos do início de 2014", diz a nota do banco de fomento.
No corte por porte de empresas, as empresas classificadas como micro, pequenas e médias (com faturamento até R$ 90 milhões) receberam R$ 11,5 bilhões no primeiro bimestre, com 165,8 mil operações. Essas empresas responderam por 41% das liberações totais do BNDES nos dois primeiros meses do ano.