Economia

Empresários e trabalhadores cobram câmbio desvalorizado

Empresários e trabalhadores se reuniram frente à Assembleia Legislativa de São Paulo para cobrar a desvalorização do câmbio e a queda dos juros e do spread

Paulinho da Força destacou que as medidas estão aquém do que trabalhadores e empresários esperavam (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Paulinho da Força destacou que as medidas estão aquém do que trabalhadores e empresários esperavam (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 13h10.

São Paulo – Representantes dos trabalhadores e dos empresários, reunidos hoje (4) em uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo, elogiaram as medidas apresentadas ontem pelo governo, mas pediram uma ação mais contundente no combate a importações desenfreadas. Durante a manifestação, eles cobraram a desvalorização do câmbio, a redução da taxa de juros e do spread bancário.

“Os principais fatores de perda de competitividade da indústria são câmbio, juros e tributo. E esse tripé pouco mudou. O Brasil é o único país do mundo que tributa quem investe e compra máquina. Enquanto não mudar isso nós vamos ficar igual a cachorro correndo atrás do rabo”, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto.

“O mundo está em guerra comercial e em guerra você tem de ter medidas emergenciais. A gente tem de colocar barreiras em nossas fronteiras”, destacou o presidente da Abimaq.

O governo anunciou ontem novas medidas para aquecer a economia e ajudar a indústria a enfrentar a crise econômica internacional, como parte do Plano Brasil Maior. O governo reforçou ações sobre o câmbio, medidas tributárias, com a desoneração da folha de pagamento, e estímulos à produção nacional. Foram destacadas ainda iniciativas para reduzir o custo do comércio exterior e de defesa comercial. Outra medida é o incentivo ao setor de informação e comunicações.

Foram divulgadas ainda melhores condições de crédito, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), e condições mais favoráveis para a indústria automobilística nacional.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, destacou hoje que as medidas apresentadas pelo governo atendem parcialmente às reivindicações dos setores produtivos, mas ainda estão aquém do que trabalhadores e empresários esperavam.

“O governo começa a mexer no que a gente vem falando. Começa a atender algumas reivindicações. Mas o governo tem de agir no grande problema que são os juros e o câmbio. Além disso, tem o alto preço de energia e do spread bancário. Não tem como a gente competir com produto internacional sem mexer nessas questões”, ressaltou.

Em um movimento conjunto, centrais sindicais, empresariais e estudantes fizeram na manhã de hoje uma manifestação em defesa do emprego e da produção. O ato Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego reúne cerca de 90 mil pessoas – segundo a polícia – no pátio do estacionamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. São esperadas 100 mil pessoas.

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