Economia

Emprego na indústria cai 1,3% em janeiro

Queda frente a mesmo mês de 2005 não é tida como preocupante por analistas, que esperam recuperação para os próximos meses

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.

A indústria brasileira abriu 2006 com queda no nível de emprego e no valor dos salários pagos aos trabalhadores. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), janeiro apresentou 1,3% empregos a menos e remuneração 0,2% menor no setor na comparação com o mesmo mês de 2005. Essa é a quinta vez que a indústria apresenta resultados negativos nessa relação pelos dados do IBGE.

Com recuo de 9,4% no número de empregados na indústria, o Rio Grande do Sul derrubou a taxa do país em janeiro. Doze segmentos mostraram desempenho pior no estado do que em janeiro de 2005, liderados por calçados e artigos de couro (-23,4%). O emprego na região Nordeste caiu 3,7%, com resultado negativo em 10 setores - entre eles, alimentos e bebidas (-7,1%). Paraná registrou recuo em 11 setores, somando perda total de 3,4% no emprego industrial.

Guilherme Maia, da Tendências Consultoria, acredita que o país ainda está sofrendo com a acumulação de estoques gerada em 2005, que causou estrago no terceiro trimestre daquele ano, quando o Produto Interno Bruto industrial teve queda de 0,9% frente ao trimestre imediatamente anterior. Uma demanda menor do que a esperada levou as empresas a reduzirem a produção no fim do ano passado, e só dentro de alguns meses é que será possível ver o reaquecimento se transformar em novas vagas, diz Maia:"Da mesma forma que a indústria começa a contratar menos depois de um período de retração de atividade, ela abre mais vagas com a volta da atividade, mas tem uma certa defasagem". No primeiro mês de 2006, a produção industrial avançou 3,2% em relação a janeiro de 2005.

Fábio Romão, da LCA Consultores, também aposta em uma recuperação do emprego na indústria, que deve ser notada a partir de março. "A gente imagina que vá reacelerar a partir de março por conta da retomada da produção, mas mais pronunciadamente em maio", diz. Romão diz esperar que a produção da indústria cresça 4,2% em março, na comparação com o mesmo mês de 2005.

Frente a dezembro, o emprego industrial mostrou estabilidade em janeiro. Nos últimos meses, o índice acumulado é de crescimento de 0,7%.

Assim como o emprego, o valor real dos salários também ficou em janeiro abaixo do apresentado um ano antes, com queda de 0,2%. Contra dezembro, no entanto, houve alta de 5,3%. Já as horas pagas pela indústria caíram 0,7% em relação ao mês anterior.

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