Economia

Em Teerã, Maduro pede colaboração para estabilizar petróleo

O presidente venezuelano pediu no Irã a colaboração dos países exportadores de petróleo para recuperar a estabilidade nos preços do produto


	O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: Irã e Venezuela, membros na Opep, estão contra a queda do preço de petróleo
 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: Irã e Venezuela, membros na Opep, estão contra a queda do preço de petróleo (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2015 às 18h58.

Teerã - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu neste sábado no Irã a colaboração dos países exportadores de petróleo para recuperar a estabilidade nos preços deste produto, que desmoronaram nos últimos meses.

Maduro abordou às mudanças no mercado petroleiro durante seu encontro de hoje em Teerã com o líder do Irã, Hassan Rohani, de acordo com a agência oficial iraniana de notícias, "Irna". Ainda conforme a agência, Rohani opinou que a cooperação no seio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode consolidar o preço em 2015.

"A cooperação dos países que estão na mesma linha na Opep, à parte de neutralizar os programas de algumas potências contra esta organização, pode ajudar na consolidação de um preço aceitável para o petróleo em 2015", disse Rohani.

Irã e Venezuela, membros na Opep, estão contra a queda do preço de petróleo e das políticas da Arábia Saudita a respeito. O Irã é o quarto país em reservas petroleiras do mundo e o primeiro nas de gás natural, embora sua capacidade de exploração esteja muito limitada pelas sanções internacionais que sofre devido a seu controverso programa nuclear.

Na reunião de hoje, ambos os líderes abordaram também as relações bilaterais.

"A Venezuela procura ampliar acordos de infraestrutura com a República Islâmica do Irã, em todos os campos, especialmente na economia e na política. O mercado da Venezuela é muito grande", afirmou Maduro, completando que essa pode ser uma plataforma de conexão entre as empresas iranianas com o mercado da América Latina.

O líder venezuelano mostrou interesse em restabelecer voos entre Teerã e Caracas, pois isso levaria a um maior conhecimento entre os dois países e a ampliação da exportação de produtos.

Rohani, por sua vez, agradeceu a visita de Maduro e expressou sua esperança em que "com os acordos alcançados" haja avanços em "comércio e investimento, exportação de serviços técnicos e de engenharia e indústria farmacêutica".

Além disso, o presidente iraniano mostrou seu desejo em continuar com a cooperação no âmbito da construção naval e de estabelecer uma linha área entre ambos os países com o objetivo de "ampliar o turismo".

"A Venezuela pode ser a sede adequada para as exportações de bens e serviços do Irã à América Latina", expressou o iraniano.

Ele manifestou a disposição do Irã em cooperar com a Venezuela em setores como o da habitação, o industrial, o alimentício e o farmacêutico, e ressaltou as posições próximas do Irã e da Venezuela em temas políticos e internacionais.

Rohani pediu pelo aumento da cooperação de ambos os países em fóruns internacionais como a ONU e o Movimento de Países Não-Alinhados. Para ele, a participação de Teerã e Caracas nestas organizações é boa para o Oriente Médio e para a América Latina. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEnergiaNicolás MaduroPetróleoPolíticosVenezuela

Mais de Economia

Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 4 bi em junho, mostra Banco Central

Arrecadação federal cresce 11,02% em junho e chega a R$ 208,8 bilhões

Plano Real, 30 anos: Carlos Vieira e o efeito desigual da hiperinflação no povo

IPCA-15 de julho fica em 0,30%; inflação acumulada de 12 meses vai a 4,45%

Mais na Exame