Economia

Em sabatina, Dilma diz que resgatou política industrial

Presidente destacou que os resultados da indústria naval comprovam resultados conquistados por essa política


	Dilma: "A indústria naval vai contratar R$ 100 bilhões até 2020", disse
 (Ichiro Guerra/Divulgação)

Dilma: "A indústria naval vai contratar R$ 100 bilhões até 2020", disse (Ichiro Guerra/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 18h52.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, 30, que seu governo resgatou as políticas industriais e que o país "pode e deve" adotar tais medidas.

Em seu discurso de apresentação durante sabatina com empresários, promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, a presidente destacou que os resultados da indústria naval comprovam resultados conquistados por essa política.

"Desde 2003, o contingente de trabalhadores cresceu mais de 10 vezes. Hoje são quinze estaleiros", disse Dilma.

"A indústria naval vai contratar R$ 100 bilhões até 2020", disse.

A indústria naval brasileira, segundo Dilma, nasceu com a política de conteúdo local para petróleo e gás e mostrou a potencialidade da política de compras governamentais.

A presidente disse ainda que houve quem dissesse que o Brasil não precisava de uma política industrial.

"Muitos acham que política industrial deve ser deixada ao sabor da flutuação do mercado".

Ela disse que seu governo pretende continuar com o embate "técnico e político" sobre a legitimidade da política industrial.

"Devemos baseá-la na busca sistemática de preço, prazo e qualidade", declarou.

Por último, ela disse que essa política é baseada em uma série de eixos: desoneração de produtos; crédito subsidiado ao investimento na indústria; incentivo à indústria por meio de compras governamentais; educação focada na formação técnica e científica de pesquisadores; constituição de nossos marcos regulatórios e a retomada de investimento em infraestrutura em 2007; medidas para diminuir a burocracia e parceria com o setor privado.

Crise

A presidente afirmou que o mundo vivenciou uma das mais graves crises econômicas.

"Temos que ter consciência de que a indústria é um dos setores que mais sofrem, ainda mais quando começa nos países desenvolvidos", disse a presidente.

Sobre a crise, ela disse que houve queda na demanda em países avançados, que produziu forte contração no mercado internacional. O abalo nas economias avançadas também gerou forte capacidade ociosa e houve luta pela colocação de bens de alto valor agregado nos mercados.

A presidente disse ainda que talvez seja cedo para celebrar o fim da crise ou a recuperação do comércio internacional. Citou como exemplo que a produção industrial alemã está em queda e que a confiança dos empresários daquele país está em baixa há sete meses consecutivos.

Ela defendeu ainda as medidas anticíclicas adotadas pelos governos do PT para debelar a crise e disse que "o governo promoveu o maior volume de desonerações dos últimos anos e décadas".

Dilma afirmou que seu governo não desorganizou a economia, "como foi feito no passado".

"É bom lembrar que não só nos protegemos da crise como também preparamos a base para a retomada do crescimento", disse Dilma, sobre seu governo.

Dilma afirmou ainda que seu governo fez uma reforma tributária para o segmento industrial, citando feitos de sua gestão.

Dilma destacou a da folha de pagamentos de forma permanente, "o que é importante porque dá visão de longo prazo", e citou a redução do IPI para automóveis, linha branca, móveis e materiais de construção, além do aprimoramento do Simples Nacional.

"Trata-se de uma verdadeira reforma tributária para esse segmento empresarial majoritário em nosso País", afirmou.

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