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Em guerra com a China, EUA tenta fortalecer relação com Canadá

Renovação do Nafta com Canadá e México é prioridade para governo americana; Pence encontra o canadense Trudeau nesta quinta-feira

Mike Pence: um tema paralelo, mas que pode gerar algum conflito, é a liberação do aborto (Eduardo Munoz/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2019 às 06h33.

Última atualização em 30 de maio de 2019 às 06h43.

Em guerra econômica com a China , os Estados Unidos tentam fortalecer suas parcerias comerciais com tradicionais aliados. O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, viaja para a cidade canadense de Ottawa nesta quinta-feira, 30, para discutir e tentar aprovar um novo acordo entre Estados Unidos, Canadá e México que tenta substituir o antigo Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, o Nafta, assinado há 25 anos.

Os EUA atualmente estão em um momento tenso da guerra comercial com os chineses, depois que o país bloqueou a venda de produtos da Huawei internamente e, como resposta, recebeu o bloqueio de bens seus nos mercados da China. O país asiático é hoje o maior parceiro comercial dos EUA, responsável por 15,7% das trocas internacionais. Canadá e México, contudo, vem logo atrás na lista e têm, respectivamente, 14,7% e 14,5% da porcentagem de vendas internacionais norte-americanas. Por isso, a administração de Trump está focada em garantir um bom acordo comercial com os países vizinhos.

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Para Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense, as negociações com os EUA são importantes também. O país é o maior parceiro comercial do Canadá, responsável por 75% de suas exportações. Para o político canadense, que enfrenta eleições nacionais em cinco meses, garantir um novo acordo comercial é uma prioridade.

Além disso, o conflito com os chineses será pauta da cúpula entre o primeiro-ministro canadense e o vice-presidente americano. “O Canadá tem sido um aliado próximo na forma de abordar o relacionamento deles com a China — e pode ser que haja algumas conversas sobre a Huawei”, respondeu um oficial dos EUA quando questionado pela Reuters sobre os temas do encontro entre os líderes.

No ano passado, em dezembro, com base em um mandado de prisão dos EUA, o Canadá prendeu a diretora financeira da Huawei, Meng Wangzhou. Ela deve ser extraditada para o país vizinho, onde enfrenta denúncias de conspiração para fraudar bancos globais no relacionamento da Huawei com uma empresa que opera no Irã. Em retaliação, pouco tempo depois, os canadenses Michael Spavor, empresário, e Michael Kovrig, antigo diplomata, foram detidos na China e acusados de espionagem.

Os dois líderes também indicaram que devem conversar sobre o conflito na Venezuela. Ambos apoiam o presidente autoproclamado Juan Guaidó. Os Estados Unidos, contudo, condenaram países como Cuba por apoiarem o atual presidente, Nicolás Maduro, recentemente. O Canadá, por sua vez, busca uma abordagem mais moderada e procurou o governo de Havana para tentar obter ajuda nas negociações para encerrar a crise venezuelana.

Trudeau ainda antecipou um certo conflito na reunião ao informar que pretende abordar o tema do direito ao aborto nos Estados Unidos com Pence, que é um dos políticos republicanos norte-americanos mais engajados na pauta contra o aborto. O primeiro-ministro canadense, por outro lado, é um apoiador do total acesso ao aborto, mesmo em gestações avançadas, depois de 21 semanas de gravidez.

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