Economia

Em defesa da reforma, governo chama Previdência de "Robin Hood às avessas"

De acordo com secretário de Previdência e Trabalho, subsídio do governo para quem se aposenta com salário mais alto é maior

Texto inicial da reforma da Previdência foi aprovado na terça-feira, 24, após nove horas de sessão na Comissão de Constituição e Justiça, (Adriano Machado/Reuters)

Texto inicial da reforma da Previdência foi aprovado na terça-feira, 24, após nove horas de sessão na Comissão de Constituição e Justiça, (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2019 às 15h37.

Última atualização em 25 de abril de 2019 às 15h37.

Brasília — O sistema previdenciário atual é um "Robin Hood às avessas", disse nesta quinta-feira, 25, o secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco. Segundo ele, as regras praticadas fazem com que o pobre subsidie os benefícios concedidos aos mais ricos. "Isso é um completo absurdo", desabafou.

O governo divulgou nesta quinta-feira, 25, um estudo que mostra que um trabalhador do setor privado que ganhe um salário mínimo precisa de um subsídio de cerca de R$ 150 mil do governo para bancar sua aposentadoria. Na prática, esse é o "déficit individual" do trabalhador, ou seja, o quanto as contribuições são insuficientes para bancar o total de benefícios que ele receberá na sua vida de aposentado - ou seus pensionistas.

Já para um trabalhador que ganhe R$ 12 mil mensais, esse subsídio cresce a R$ 400 mil, segundo o estudo do governo.

Para servidores públicos, esse subsídio é ainda maior e começa em R$ 1 milhão para quem ganha R$ 5 mil mensais. A fatura individual paga pela União para bancar as aposentadorias chega a mais de R$ 5 milhões no caso de um servidor que receba R$ 35 mil mensais.

A proposta de reforma da Previdência diminui esse custo, além de tornar o regime mais igualitário, argumentou Bianco. Pelas projeções do governo, a proposta restringe os subsídios e faz com que ele seja maior no caso dos mais pobres.

A expressão "Robin Wood às avessas" já foi utilizada em outras situações para descrever o Brasil. O jornal Financial Times já disse que o país é assim. Dilma Rousseff e o ensino superior público do Brasil também já foram apontados como injustos.

Acompanhe tudo sobre:BrasilGoverno BolsonaroReforma da Previdência

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto