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Em Davos, premiê indiano diz que globalização vem perdendo brilho

Narendra Modi fez um discurso crítico para as organizações globais criadas após a Segunda Guerra Mundial, como a ONU e a Organização Mundial do Comércio

Narendra Modi: "necessitamos de reformas nas grandes instituições do mundo, conectadas com a política, a economia e a segurança" (Denis Balibouse/Reuters)
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EFE

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 11h51.

Davos, Suíça- O primeiro-ministro da Índia , Narendra Modi, disse nesta terça-feira que é preciso aceitar que a globalização "está perdendo lentamente seu brilho", a favor do protecionismo, mas ressaltou que o isolacionismo "não é a solução".

"Vivemos em um mundo interconectado, mas temos que aceitar o fato de que a globalização está perdendo lentamente seu brilho", declarou Modi no seu discurso de abertura na 48ª edição do Fórum Econômico Mundial .

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Modi teve palavras críticas para as organizações globais criadas após a Segunda Guerra Mundial, ao questionar se estas - como a ONU e a Organização Mundial do Comércio (OMC) - refletem as aspirações das pessoas e a realidade de hoje.

Para o premiê indiano, a opinião dos países em desenvolvimento é clara: "existe uma brecha muito ampla" quanto à resposta das suas necessidades por parte destas organizações.

"Necessitamos de reformas nas grandes instituições do mundo, conectadas com a política, a economia e a segurança. A participação e a democratização nessas organizações devem adaptar-se à situação atual", sugeriu.

Perante o descontentamento em várias partes da sociedade com as consequências da globalização, as forças do protecionismo se levantam contra elas, acrescentou.

"A sua intenção não é somente evitar a globalização em si, senão reverter seu desenvolvimento natural. O resultado são novos tipos de tarifas e barreiras não tarifárias, acordos e negociações bilaterais e multilaterais", completou.

Para o premiê indiano, o primeiro a dirigir-se ao Fórum de Davos desde 1997, o "isolamento não é a resposta" ao descontentamento com a globalização, mas "aceitar a mudança e formular políticas ágeis e flexíveis de acordo com os tempos mutáveis".

Modi também defendeu que as potências cooperem em um mundo fraturado e que a concorrência entre nações não crie um muro entre elas.

Na sua opinião, o maior desafio que o mundo deve enfrentar é a mudança climática, mas criticou a falta de solidariedade dos países ricos com os que estão em vias de desenvolvimento.

"Todo mundo fala da redução de emissões, mas muito poucos países respaldam suas palavras com financiamento" para ajudar às nações em vias de desenvolvimento e emergentes a desenvolver as tecnologias necessárias, lamentou.

Nesse sentido, o premiê indiano explicou que seu país pretende gerar até 2020 um total de 175 gigawatts de energia renovável, dos quais já conseguiu um terço nos últimos três anos.

Por fim, Modi considerou o terrorismo o segundo maior desafio para a comunidade internacional, enquanto o isolacionismo e a proteção ficam em terceiro.

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