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Eleições e ambiente externo deixam o mercado de bom humor

Semana começa com sinais positivos para o país, como a valorização do C-Bond e o aumento do volume de negócios na Bovespa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

Os primeiros resultados das eleições municipais, que indicam um fortalecimento dos partidos que compõem a base governista, e o cenário externo favorável ajudaram o Brasil a começar a semana com sinais bastante positivos conforme o mercado. Nesta segunda-feira (4/10), o dólar caiu 0,42%, para 2,826 reais a menor cotação desde janeiro. O C-Bond, principal título da dívida pública negociado no exterior, valorizou-se 1,13% e bateu em 100% do valor de face pela primeira vez desde 28/1. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 1,57% e marcou 24 510 pontos, o maior nível desde janeiro.

Segundo o economista Alex Agostini, da empresa de gestão financeira Global Invest, o mercado ficou satisfeito com as eleições para prefeitos e vereadores, realizadas neste domingo (3/10). O Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conquistou seis capitais no primeiro turno e disputa o segundo turno em outras oito. "O PT sai fortalecido das eleições e o governo já pode começar a pensar em 2006", diz Agostini.

A queda de 0,42% do barril do petróleo, para 49,91 dólares, animou os investidores. Além disso, o índice Dow Jones encerrou o pregão com alta de 0,23% e o Nasdaq subiu 0,53%. "O mercado externo deu o tom para os investidores brasileiros", afirma Agostini.

Mas o resultado do pregão também foi influenciado pelo otimismo interno. O mercado projeta bons números para a safra de balanços que serão divulgados pelas companhias brasileiras de capital aberto a partir deste mês. Os números referem-se ao terceiro trimestre e deverão ser favorecidos pelo bom desempenho das commodities, como o aço e os produtos agrícolas.

Juros e captação

Segundo o relatório de mercado divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, os bancos já começam a projetar trajetórias de queda do IPCA, o índice oficial de inflação, para o próximo ano. Os números mostram que os analistas apostam que o governo conseguirá cumprir a meta de 5,1% de inflação expressa a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro. Embora o centro da meta de 2005 seja 4,5%, a ata do Copom destaca que o BC perseguirá uma taxa 0,6 ponto percentual maior.

"Provavelmente, o BC não promoverá mais mudanças bruscas nos juros, porque o IPCA caminha para um nível confortável", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.

Já a valorização do câmbio decorre de dois fatores. O primeiro é o bom resultado da balança comercial. Em 1/10, o saldo comercial brasileiro somou 309 milhões de dólares, elevando o saldo acumulado no ano para 25,430 bilhões. O outro motivo são os rumores que correm pelo mercado de que o governo realizará uma nova emissão de papéis, ainda neste ano, de aproximadamente 1 bilhão de dólares. Embora o programa de captações do BC para 2004, de 5,5 bilhões de dólares, já tenha terminado, Rosa, da Sul América, afirma que o governo pode aproveitar o bom momento do país para antecipar captações previstas para 2005. "É interessante começar a fazer caixa para o ano que vem", diz (leia também reportagem de EXAME sobre como o governo divulga o país no exterior para atrair investimentos).

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