Dinheiro: de acordo com professor da FGV-SP, “a inflação continua sendo um grande empecilho ao governo” (Marcos Santos/usp imagens)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2013 às 17h30.
Brasília – A taxa básica de juros (Selic) deve permanecer no patamar de 7,25% ao ano, pelo menos no primeiro semestre de 2013, com possibilidade de baixar a 7%, no segundo semestre, se a economia não der sinais de crescimento, acredita o economista Cláudio Gonçalves, da Trevisan Escola de Negócios.
Em caso de reativação da atividade econômica, Gonçalves acha que a taxa será mantida em 7,25% até o fim do ano, de acordo com um cenário no qual estima crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e riquezas produzidos pelo país, na faixa de 3%, inflação anual até 5,25% e câmbio na faixa de R$ 2 a R$ 2,10 ao longo do ano.
No seu entender, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), iniciada na tarde desta terça-feira (15), não deve trazer novidade em relação à taxa Selic, na nota que será divulgada depois de concluída a segunda parte da reunião do colegiado de diretores do BC, amanhã (16) à noite.
Opinião parecida tem o professor de economia Samy Dana, da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo. Segundo ele, “o governo será cauteloso” neste início de ano e não deve alterar a Selic, pois a economia não respondeu às sucessivas quedas da taxa básica de juros no ano passado e a equipe econômica “terá que encontrar outras medidas paras estimular o crescimento do país”.
De acordo com o professor da FGV-SP, “a inflação continua sendo um grande empecilho ao governo”. A inflação fechou em 5,84% no ano passado e todas as projeções para este ano apontam para nível um pouco abaixo, mas bem próximo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2012.
Como combate mais efetivo às pressões inflacionárias, Dana diz que “o governo deve parar de incentivar o crédito desenfreadamente”, com sucessivas baixas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns setores da economia e adotar medidas para aumentar as possibilidades de produção da indústria, estimulando a ampliação de fábricas e investimentos mais longos.