Inflação: pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,30 por cento em abril, acumulando em 12 meses alta de 6,76 por cento (Amanda Perobelli/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 1 de setembro de 2021 às 15h52.
Última atualização em 1 de setembro de 2021 às 16h22.
Por Maria Eloisa Capurro, da Bloomberg
Com as contas de luz mais caras devido à crise hídrica, economistas elevam as previsões para a inflação.
Na terça-feira, o Ministério de Minas e Energia anunciou uma nova bandeira para as tarifas de energia, chamada escassez hídrica, que irá vigorar até 30 de abril de 2022. A bandeira foi elevada para R$ 14,20 a cada 100 kwh e o aumento na conta de luz será de 6,79%.
O Bank of America foi um dos primeiros a revisar sua previsão para a inflação deste ano – de 7% para 7,75% –, citando os preços mais altos da energia como o principal fator para a decisão.
“Mas outras pressões permanecem”, disse em entrevista David Beker, economista do BofA, que também destacou o aumento dos custos de alimentação e transporte.
Da mesma forma, a XP Investimentos agora projeta a inflação de 2021 em 7,7%, acima da estimativa anterior de 7,3%. E o Banco Santander avalia revisar sua projeção para 8%, já que a decisão do governo aumenta o “viés de alta” existente para o aumento dos preços no país.
No longo prazo, o risco é de que as tarifas extras da energia elétrica sejam mantidas por mais tempo caso o volume de chuvas não melhore, de acordo com Vinicius Moreira e Cassiana Fernandez, economistas do JPMorgan Chase, cuja previsão é de inflação de 7,5% neste ano.