Economia

Economista da FGV diz que preço dos alimentos aliviou IPCA

Para André Braz, a estabilidade climática nos próximos meses abrirá espaço para recuo de preços de alguns produtos, ajudando a estabilizar o índice

Com mais clima ameno, produção de alimentos fica estabilizada e preço cai (.)

Com mais clima ameno, produção de alimentos fica estabilizada e preço cai (.)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2010 às 15h18.

Brasília - A desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio veio dentro das expectativas do mercado e um dos principais impulsionadores dessa queda foi o comportamento do preço dos alimentos, explica o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "O verão foi atípico, as temperaturas ficaram mais altas por mais tempo e o grupo da alimentação chamou a atenção por sofrer com a ação do clima nos primeiros meses do ano", analisa Braz.

Braz não aposta na elevação do IPCA nos próximos meses, mas acredita que a inflação deve continuar alta. "Ainda existe um grande ciclo inflacionário; não é porque a taxa recuou fortemente que tudo volta ao normal", alerta ele. 

O economista destacou o aumento do consumo como principal elemento a pressionar a inflação. "Esse ano, a demanda está muito aquecida. O brasileiro está consumindo mais", disse ele. Para Braz, o setor de serviços é o menos sensível a aumentos da taxa de juros. "Verificando os preços de salões de beleza e oficinas mecânicas, por exemplo, percebe-se que o preço é mais rígido diante do recuo. E ainda há espaço para aumentar".

Para Braz, nesta quarta-feira (9) o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve repetir a elevação de 0,75 ponto percentual da última reunião, em abril. “A desaceleração do IPCA registrada em maio não influenciará nesta decisão”, diz. 

 fev/10mar/10abr/10mai/10ano*12 meses**
IPCA total0,780,520,570,433,095,22
Alimentação e bebidas0,961,551,450,285,486,77
Habitação0,310,320,080,781,774,98
Artigo de residência0,361,00-0,040,592,344,67
Vestuário-0,520,661,280,912,666,00
Transporte0,79-0,54-0,080,091,713,99
Saúde e cuidados pessoais0,230,270,840,742,464,62
Despesas pessoais0,400,770,660,753,406,28
Educação4,530,540,110,045,536,79
Comunicações0,030,08-0,03-0,010,070,82

* Acumulado no ano de 2010
** Acumulado em 12 meses

Fonte: LCA Consultores
Elaboração: EXAME.com

 

Acompanhe tudo sobre:AlimentosConsumoInflaçãoJurosPreçosTrigo

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor