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Economias menos complexas são mais desiguais, diz estudo

Grupo de economistas cruzou dados de desigualdade com medida de complexidade econômica e encontraram relação forte, mas Brasil recente é exceção

Alta tecnologia: técnicos trabalham na planta piloto do Laboratório de Bioetanol do CNPEM (Fabiano Accorsi / VOCÊ S/A)

João Pedro Caleiro

Publicado em 8 de junho de 2015 às 17h25.

São Paulo - O alto nível de desigualdade de um país pode estar relacionado com a sua própria estrutura produtiva.

É o que mostra um estudo publicado no final de maio por um time de economistas que inclui Dominik Hartmann e Cesar Hidalgo, do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Eles não usaram dados tradicionais e sim o Atlas de Complexidade Econômica do Centro de Desenvolvimento de Harvard, que mede a sofisticação produtiva de um país com base na cesta de produtos que ele exporta.

A partir daí, fizeram um cruzamento com dados de desigualdade dos últimos 50 anos controlando por outras variáveis como população, instituições e capital humano.

A conclusão foi que "a complexidade econômica é a variável mais significativa na análise de regressão, e é também a variável que explica a maior parte da variação em desigualdade de renda depois que as outras variáveis são removidas."

E mais: a relação continua forte ao longo do tempo, e um aumento da complexidade também costuma vir acompanhado de uma queda da desigualdade.

Isso não significa, é claro, que uma coisa determina a outra, e sim que "a estrutura produtiva de um país é uma expressão final de uma série de fatores, das instituições à educação, que evoluem junto com o mix de produtos que um país exporta".

O caso brasileiro

O Brasil caiu do 38º para o 51º lugar mundial em complexidade econômica entre 2003 e 2013. A pauta de exportações brasileira é dominada por produtos básicos: minério de ferro (13,5%), soja (9,3%), petróleo (5,3%) e açúcar (5%).

No entanto, a desigualdade caiu no período: de 0,553 para 0,495 pelo índice Gini (que vai de 0 a 1: quanto mais alto, mais desigual).

O Brasil pode ter sido ponto fora da curva porque uma boa parte do seu crescimento teve como força a própria alta do preço dessas commodities no mercado internacional. Resta saber como fazer com que isso continue ocorrendo agora que este fenômeno acabou.

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São Paulo - O alto nível de desigualdade de um país pode estar relacionado com a sua própria estrutura produtiva.

É o que mostra um estudo publicado no final de maio por um time de economistas que inclui Dominik Hartmann e Cesar Hidalgo, do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Eles não usaram dados tradicionais e sim o Atlas de Complexidade Econômica do Centro de Desenvolvimento de Harvard, que mede a sofisticação produtiva de um país com base na cesta de produtos que ele exporta.

A partir daí, fizeram um cruzamento com dados de desigualdade dos últimos 50 anos controlando por outras variáveis como população, instituições e capital humano.

A conclusão foi que "a complexidade econômica é a variável mais significativa na análise de regressão, e é também a variável que explica a maior parte da variação em desigualdade de renda depois que as outras variáveis são removidas."

E mais: a relação continua forte ao longo do tempo, e um aumento da complexidade também costuma vir acompanhado de uma queda da desigualdade.

Isso não significa, é claro, que uma coisa determina a outra, e sim que "a estrutura produtiva de um país é uma expressão final de uma série de fatores, das instituições à educação, que evoluem junto com o mix de produtos que um país exporta".

O caso brasileiro

O Brasil caiu do 38º para o 51º lugar mundial em complexidade econômica entre 2003 e 2013. A pauta de exportações brasileira é dominada por produtos básicos: minério de ferro (13,5%), soja (9,3%), petróleo (5,3%) e açúcar (5%).

No entanto, a desigualdade caiu no período: de 0,553 para 0,495 pelo índice Gini (que vai de 0 a 1: quanto mais alto, mais desigual).

O Brasil pode ter sido ponto fora da curva porque uma boa parte do seu crescimento teve como força a própria alta do preço dessas commodities no mercado internacional. Resta saber como fazer com que isso continue ocorrendo agora que este fenômeno acabou.

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