Economia pode crescer 2,5% apesar de crise do coronavírus, diz Guedes
Em entrevista à CNN Brasil, ministro da Economia disse que país não pode sucumbir à "psicologia do fracasso" em meio à crise do coronavírus
Reuters
Publicado em 16 de março de 2020 às 08h46.
Última atualização em 16 de março de 2020 às 08h48.
Brasília — A economia brasileira ainda pode crescer cerca de 2,5% neste ano, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes , em entrevista à CNN Brasil divulgada no domingo, desde que o país não sucumba à "psicologia do fracasso" em meio à crise global pelo novo coronavírus .
Com a economia mundial se deteriorando a um ritmo alarmante, provocando alertas de recessão por economistas e ações emergenciais de muitos dos principais bancos centrais do mundo, Guedes afirmou que a "dinâmica de crescimento" do Brasil vai aguentar bem.
"Se nos entregarmos (à crise) e se um continuar brigando com o outro, isso será a 'psicologia do fracasso'. Aí, sim, vai haver uma desaceleração econômica”, disse Guedes na entrevista.
"(Mas) nós temos uma dinâmica própria de crescimento, e o Brasil pode perfeitamente crescer 2% ou 2,5% com o mundo caindo", acrescentou.
Na semana passada, o governo reduziu a expectativa de crescimento em 2020 de 2,4% para 2,1%. A maioria dos economistas do setor privado também reduziu suas previsões nas últimas semanas, mas de forma muito mais agressiva, com muitas próximas ou mesmo abaixo de 1,0%.
Guedes alegou que o pacote anunciado pelo governo para combater o coronavírus no país, incluindo 5 bilhões de reais destinados ao Ministério da Saúde, é suficiente.
O ministro disse estar aberto à possibilidade de ampliar o volume desses recursos, mas, na semana passada, disse que as rígidas regras fiscais do governo, incluindo o teto de gastos, devem ser mantidas.
As ações e a moeda do país estão entre as mais afetadas nos mercados ao longo das últimas semanas, já que os investidores passaram a avaliar os danos econômicos que o surto de coronavírus provavelmente causaria na maior economia da América Latina.