Economia fraca influencia mais inflação agora do que dólar
Segundo fonte da equipe econômica do governo, atividade econômica puxa a inflação mais para baixo pois o dólar "ainda não bateu"
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2013 às 18h51.
São Paulo - A economia ainda fraca no Brasil tem, neste momento, influência maior sobre o comportamento dos preços no país, auxiliando no combate da inflação , do que a recente disparada do dólar ante o real, que tem potencial para fazer o contrário, avalia uma fonte da equipe econômica do governo da presidente Dilma Rousseff.
"A atividade econômica puxa (a inflação) mais para baixo, até porque o dólar ainda não bateu", disse a fonte à Reuters, acrescentando que isso pode não ser verdade daqui a três meses.
Diante de um cenário externo mais conturbado e falta de confiança na política econômica doméstica, o dólar começou a ganhar força a partir de maio. Desde então, registrou valorização de cerca de 20 por cento e chegou recentemente a ser negociado a 2,45 reais, no maior nível em quase cinco anos.
A fonte, que falou sob condição de anonimato, reconheceu que o dólar mais forte terá efeito sobre a inflação adiante, e o cenário de atividade econômica fraca exercendo mais peso nos preços que o câmbio pode não ser verdade daqui a "um, dois ou três meses".
A avaliação da fonte leva em consideração o ciclo de aperto monetário, que já tirou a taxa básica de juro Selic da mínima histórica de 7,25 por cento e a levou para o atual patamar de 8,50 por cento ao ano.
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirá sobre o futuro da Selic e, mesmo com a pressão do câmbio, a maior parte do mercado acredita que o Banco Central vai manter o atual ritmo de alta do juro, elevando a taxa em 0,50 por cento, a 9 por cento ao ano.
O BC iniciou o atual ciclo de aperto em abril, com uma elevação da Selic em 0,25 ponto. Em seguida, vieram dois aumentos de 0,50 ponto, um em maio e outro em julho.
Com o juro maior, o BC tenta conter a inflação. O IPCA, apesar de ter perdido força no mês passado, ainda permanece perto do teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento com dois pontos de tolerância para mais ou para menos.
A disparada do dólar fez parte dos agentes econômicos olhar com mais atenção para o câmbio como inflacionário e até avaliar que o BC poderia subir a Selic com mais força agora --algo que chegou a ser momentaneamente precificado no mercado de juros futuros no começo da semana passada.
Economistas consultados pelo BC para o mais recente boletim Focus ainda esperam alta de 0,50 ponto na Selic nesta semana, o mesmo apontado por pesquisa da Reuters.
Mas as expectativas sobre processo de aperto monetário mais longo começou a ganhar força, com as instituições que mais acertam no médio prazo passando a prever que o ciclo de elevação do juro se encerre apenas em janeiro de 2014, quando a Selic chegaria a 10 por cento.
Espera pelo FED
Para a fonte, o cenário internacional ainda é incerto e os mercados financeiros começarão a se normalizar somente quando o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, explicitar claramente quando e como começará a reduzir seus estímulos monetários à maior economia do mundo.
"A questão é atravessar esse período de novos preços e novas taxas", afirmou a fonte, acrescentando que ainda haverá momentos de volatilidade. "Tem de ter paciência."
Economia Desacelera
Para a fonte, a economia brasileira vai desacelerar no terceiro trimestre deste ano sobre o segundo, e o cenário continua nebuloso para os últimos três meses do ano.
No mercado, as expectativas são de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá cerca de 2 por cento apenas em 2013, metade da previsão inicial do governo de 4 por cento de expansão.
São Paulo - A economia ainda fraca no Brasil tem, neste momento, influência maior sobre o comportamento dos preços no país, auxiliando no combate da inflação , do que a recente disparada do dólar ante o real, que tem potencial para fazer o contrário, avalia uma fonte da equipe econômica do governo da presidente Dilma Rousseff.
"A atividade econômica puxa (a inflação) mais para baixo, até porque o dólar ainda não bateu", disse a fonte à Reuters, acrescentando que isso pode não ser verdade daqui a três meses.
Diante de um cenário externo mais conturbado e falta de confiança na política econômica doméstica, o dólar começou a ganhar força a partir de maio. Desde então, registrou valorização de cerca de 20 por cento e chegou recentemente a ser negociado a 2,45 reais, no maior nível em quase cinco anos.
A fonte, que falou sob condição de anonimato, reconheceu que o dólar mais forte terá efeito sobre a inflação adiante, e o cenário de atividade econômica fraca exercendo mais peso nos preços que o câmbio pode não ser verdade daqui a "um, dois ou três meses".
A avaliação da fonte leva em consideração o ciclo de aperto monetário, que já tirou a taxa básica de juro Selic da mínima histórica de 7,25 por cento e a levou para o atual patamar de 8,50 por cento ao ano.
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirá sobre o futuro da Selic e, mesmo com a pressão do câmbio, a maior parte do mercado acredita que o Banco Central vai manter o atual ritmo de alta do juro, elevando a taxa em 0,50 por cento, a 9 por cento ao ano.
O BC iniciou o atual ciclo de aperto em abril, com uma elevação da Selic em 0,25 ponto. Em seguida, vieram dois aumentos de 0,50 ponto, um em maio e outro em julho.
Com o juro maior, o BC tenta conter a inflação. O IPCA, apesar de ter perdido força no mês passado, ainda permanece perto do teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento com dois pontos de tolerância para mais ou para menos.
A disparada do dólar fez parte dos agentes econômicos olhar com mais atenção para o câmbio como inflacionário e até avaliar que o BC poderia subir a Selic com mais força agora --algo que chegou a ser momentaneamente precificado no mercado de juros futuros no começo da semana passada.
Economistas consultados pelo BC para o mais recente boletim Focus ainda esperam alta de 0,50 ponto na Selic nesta semana, o mesmo apontado por pesquisa da Reuters.
Mas as expectativas sobre processo de aperto monetário mais longo começou a ganhar força, com as instituições que mais acertam no médio prazo passando a prever que o ciclo de elevação do juro se encerre apenas em janeiro de 2014, quando a Selic chegaria a 10 por cento.
Espera pelo FED
Para a fonte, o cenário internacional ainda é incerto e os mercados financeiros começarão a se normalizar somente quando o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, explicitar claramente quando e como começará a reduzir seus estímulos monetários à maior economia do mundo.
"A questão é atravessar esse período de novos preços e novas taxas", afirmou a fonte, acrescentando que ainda haverá momentos de volatilidade. "Tem de ter paciência."
Economia Desacelera
Para a fonte, a economia brasileira vai desacelerar no terceiro trimestre deste ano sobre o segundo, e o cenário continua nebuloso para os últimos três meses do ano.
No mercado, as expectativas são de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá cerca de 2 por cento apenas em 2013, metade da previsão inicial do governo de 4 por cento de expansão.