Economia

Economia confirma assinatura de acordo automotivo com Argentina

Acerto que deve ser assinado nesta sexta-feira (6) prevê a liberalização do comércio de veículos entre os dois países em dez anos

Acordo automotivo: acerto deve liberar comércio de veículos entre os países (Roosevelt Cassio/Reuters)

Acordo automotivo: acerto deve liberar comércio de veículos entre os países (Roosevelt Cassio/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 17h42.

Última atualização em 5 de setembro de 2019 às 17h43.

O Ministério da Economia confirmou que os governos do Brasil e da Argentina assinarão nesta sexta-feira, 6, um "contrato comercial automotivo". Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mais cedo, o acordo que será assinado prevê a liberalização do comércio de veículos entre os dois países em dez anos, de acordo com fontes.

Segundo o ministério, Guedes e o ministro da Produção e do Trabalho da Argentina, Dante Sica, concedem entrevista coletiva às 15h30 para comentar o acordo.

Tarifas

Segundo o Broadcast apurou, os termos preveem aumento imediato da cota exportada pelo Brasil sem tarifa. Essa cota subirá gradualmente até que os dois países alcancem o livre comércio, em 2029.

Atualmente, Brasil e Argentina têm um acordo para o setor que permite que, para cada US$ 1 que o Brasil importa da Argentina, US$ 1,5 seja exportado sem tributação. O entendimento atual venceria em junho de 2020, mas o governo quer fechar um novo antes das eleições argentinas, que poderão eleger a chapa de oposição ao atual governo do país vizinho. Além disso, a avaliação é que é preciso dar uma previsibilidade para a indústria dos dois países, por isso a antecedência.

O prazo de dez anos foi definido para que o livre comércio entre os dois parceiros já estivesse ocorrendo alguns anos antes do fim das taxas para importação de veículos da Europa pelo Mercosul. Pelo acordo com a União Europeia, o bloco sul-americano vai reduzir o imposto cobrado para importação de veículos da União Europeia gradualmente, até zerar em um prazo de 15 anos a partir da entrada em vigor do entendimento.

O mesmo gradualismo será utilizado no acordo com a Argentina. O Brasil fez questão de que o entendimento tivesse um efeito imediato, que, de acordo com fontes, será o de aumentar "um pouco" o valor permitido para a exportação sem taxas a cada US$ 1 importado. Esse valor subirá novamente em 2019, por um período de três anos, e depois a cada três anos até o fim das taxas em 2029. Os detalhes ainda estão sendo fechados.

Os novos termos para o comércio no setor automotivo vêm sendo negociados "desde o primeiro dia do governo Jair Bolsonaro", disse uma fonte. O fechamento do acordo com a União Europeia acabou sendo um "estímulo externo" para que os dois países entrassem em acordo sobre o tema.

Mais cedo, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, disse que o acordo deverá ser anunciado nesta sexta. "E o objetivo é que se chegue ao livre comércio", disse o executivo.

Moraes afirmou não ver riscos para o acordo mesmo que a oposição vença a eleição presidencial na Argentina, que ocorrerá em algumas semanas. "O governo que entrar vai olhar para o Brasil como um parceiro", disse o presidente da Anfavea.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaCarrosMinistério da Economia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto