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Economia brasileira deve crescer 2% esse ano, diz ex-BC

Uma pré-condição para o Brasil ter taxas de juros em níveis internacionais é ter inflação em níveis internacionais, segundo Mesquita

Uma pré-condição para o Brasil ter taxas de juros em níveis internacionais é ter inflação em níveis internacionais, segundo Mário Mesquita (Divulgação/Banco Central)
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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 12h47.

São Paulo - O último boletim Focus (que indica as expectativas do mercado) elaborado pelo Banco Central reduziu a expectativa de crescimento do PIB em 2012 para 2,53%. Para Mário Mesquita, ex-diretor de política econômica do Banco Central, o consenso para o crescimento desse ano ainda está otimista. “É mais provável que o crescimento fique em 2%. Para chegar nisso vamos precisar acelerar a atividade econômica no segundo semestre do ano”, disse.

Para Mesquita, os efeitos do relaxamento da politica monetária vão se fazer sentir, o governo talvez avance em investimentos e, dependendo do comportamento, os 4,3% (expectativa dada pelo Focus de crescimento do PIB) do ano que vem ou 4% são possíveis, mas 2,5% em 2012 é “muito otimista”. “Um crescimento de 2% esse ano é ruim sem dúvida, mas é o que será possível”, disse Mesquita.

Juros

Uma pré-condição para o Brasil ter taxas de juros em níveis internacionais é ter inflação em níveis internacionais, segundo Mesquita. A meta de inflação brasileira é de 4,5% podendo chegar a 6%. No Chile e no México é de 3%, exemplificou.

“Acho que vamos convergir para uma meta de inflação mais civilizada nos próximos cinco ou 10 anos, seria decepcionante se continuássemos com meta de 4,5%”. Essa é aspiração, mas pesa contra ela o ambiente externo atual, descrito como desinflacionário, segundo Mesquita. “Se nesse ambiente nossa inflação é 5%, quando o ambiente externo mudar pode ser que nossa inflação aumente”, afirmou.

A expectativa dada pelo Focus de 5,03% de inflação para esse ano parece factível, segundo Mesquita. Já sobre a expectativa de 5,60% em 2013, Mesquita acredita que a inflação pode surpreender para cima, por conta de alguns aumentos de preço que não ocorrerão em 2012 mas devem aparecer em 2013 –como a gasolina e outros preços que não sobem por causa das eleições municipais.

Exterior

O cenário atual da economia é de muita incerteza, especialmente quando se olha para a situação da Europa, segundo Mesquita. Na Europa, a tendência é que a economia tenha uma recessão esse ano, segundo o ex-diretor. “É difícil ver economias como a Grécia crescerem de forma mais forte com a mesma taxa de câmbio que a Alemanha”, afirmou. Mesquita destacou que outros países da periferia da Europa também enfrentam problemas severos.

Já nos Estados Unidos, a economia não está tão fraca como indicam os últimos números, segundo Mesquita. “Não se vê um crescimento pujante, mas a economia vai num crescimento moderado”, disse.

Mário Mesquita participou hoje de evento realizado pela revista EXAME e pela FGV em São Paulo.

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São Paulo - O último boletim Focus (que indica as expectativas do mercado) elaborado pelo Banco Central reduziu a expectativa de crescimento do PIB em 2012 para 2,53%. Para Mário Mesquita, ex-diretor de política econômica do Banco Central, o consenso para o crescimento desse ano ainda está otimista. “É mais provável que o crescimento fique em 2%. Para chegar nisso vamos precisar acelerar a atividade econômica no segundo semestre do ano”, disse.

Para Mesquita, os efeitos do relaxamento da politica monetária vão se fazer sentir, o governo talvez avance em investimentos e, dependendo do comportamento, os 4,3% (expectativa dada pelo Focus de crescimento do PIB) do ano que vem ou 4% são possíveis, mas 2,5% em 2012 é “muito otimista”. “Um crescimento de 2% esse ano é ruim sem dúvida, mas é o que será possível”, disse Mesquita.

Juros

Uma pré-condição para o Brasil ter taxas de juros em níveis internacionais é ter inflação em níveis internacionais, segundo Mesquita. A meta de inflação brasileira é de 4,5% podendo chegar a 6%. No Chile e no México é de 3%, exemplificou.

“Acho que vamos convergir para uma meta de inflação mais civilizada nos próximos cinco ou 10 anos, seria decepcionante se continuássemos com meta de 4,5%”. Essa é aspiração, mas pesa contra ela o ambiente externo atual, descrito como desinflacionário, segundo Mesquita. “Se nesse ambiente nossa inflação é 5%, quando o ambiente externo mudar pode ser que nossa inflação aumente”, afirmou.

A expectativa dada pelo Focus de 5,03% de inflação para esse ano parece factível, segundo Mesquita. Já sobre a expectativa de 5,60% em 2013, Mesquita acredita que a inflação pode surpreender para cima, por conta de alguns aumentos de preço que não ocorrerão em 2012 mas devem aparecer em 2013 –como a gasolina e outros preços que não sobem por causa das eleições municipais.

Exterior

O cenário atual da economia é de muita incerteza, especialmente quando se olha para a situação da Europa, segundo Mesquita. Na Europa, a tendência é que a economia tenha uma recessão esse ano, segundo o ex-diretor. “É difícil ver economias como a Grécia crescerem de forma mais forte com a mesma taxa de câmbio que a Alemanha”, afirmou. Mesquita destacou que outros países da periferia da Europa também enfrentam problemas severos.

Já nos Estados Unidos, a economia não está tão fraca como indicam os últimos números, segundo Mesquita. “Não se vê um crescimento pujante, mas a economia vai num crescimento moderado”, disse.

Mário Mesquita participou hoje de evento realizado pela revista EXAME e pela FGV em São Paulo.

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