Economia

Economia brasileira crescerá menos neste ano, diz Meirelles

Ministro afirmou que a economia vai crescer cerca de 2 por cento no quarto trimestre deste ano, quando comparado com igual período de 2016

Henrique Meirelles: ministro reduziu as expectativas para o PIB do Brasil neste ano (Nelson Almeida / Getty Images/Getty Images)

Henrique Meirelles: ministro reduziu as expectativas para o PIB do Brasil neste ano (Nelson Almeida / Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de junho de 2017 às 14h39.

Última atualização em 28 de junho de 2017 às 15h30.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira que a economia brasileira crescerá menos do que o esperado neste ano e repetiu que, se necessário, haverá aumentos de impostos.

Meirelles disse a jornalistas, após participar de evento em São Paulo, que o Produto Interno Bruto (PIB) do país terá expansão de um pouco menos de 0,5 por cento neste ano e que a projeção oficial será divulgada nas próximas semanas.

"A previsão para o PIB (deste ano) é um pouco menor do que 0,5 (por cento), mas certamente será positivo", afirmou ele.

O Brasil passou os últimos dois anos mergulhado em recessão e, agora, dá sinais de recuperação, porém ainda não consistentes, em meio à intensa crise política que afetou o governo do presidente Michel Temer e alimentou temores de que o andamento das reformas trabalhistas e da Previdência no Congresso Nacional será afetado.

Meirelles disse ainda que a economia vai crescer cerca de 2 por cento no quarto trimestre deste ano quando comparado com igual período de 2016, abaixo da estimativa anterior de 2,7 por cento. "Será (um crescimento) acima de 2 por cento ainda", afirmou ele.

Na pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, as estimativas são de crescimento do PIB de 0,39 e 2,10 por cento neste ano e em 2018, respectivamente.

Diante desse cenário de menor expansão da atividade, que afeta a arrecadação e consequentemente as contas públicas do país, o ministro repetiu que, se for necessário, haverá aumento de impostos.

Um que está na mesa para análise é a Cide sobre combustíveis, que não precisaria do aval do Congresso para elevar a alíquota.

Meirelles afirmou novamente que a trajetória da inflação e da taxa de juros é de queda e, assim, o Banco Central está no "caminho certo".

Antes do evento, Meirelles esteve reunido com economistas, que apontaram a fraqueza da atividade econômica e adotaram discurso mais pessimista do que o do governo, segundo dois participantes do encontro ouvidos pela Reuters.

"A discussão entre os economistas foi de piora da atividade depois do evento da JBS e que, se a economia vai crescer menos, como será possível cumprir a meta fiscal", afirmou um dos economistas, referindo-se às delações de executivos do grupo J&F contra Temer e que levou a Procuradoria Geral da República a denunciar o presidente por crime de corrupção passiva.

Apesar do cenário adverso, Meirelles se mostrou comprometido em cumprir a meta fiscal deste ano, que prevê déficit primário de 139 bilhões de reais, segundo as fontes ouvidas.

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