Ben Bernanke: "como vocês sabem, meu mandato acaba em alguns meses, e eu desejaria estar indo embora com a taxa de desemprego em 5 por cento, em vez de 7%" (Jonathan Ernst/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2013 às 07h38.
Washington - O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmou nesta quarta-feira que o banco central norte-americano seguirá alerta para impedir que a inflação caia muito abaixo da meta de 2 por cento.
"Como vocês sabem, meu mandato acaba em alguns meses, e eu desejaria estar indo embora com a taxa de desemprego em 5 por cento, em vez de 7 por cento", disse ele em reunião em Washington. O mandato de Bernanke acaba em 31 de janeiro.
"Mas fizemos, acho, coisas boas para dar suporte a essa recuperação", disse ele. "E é importante que continuemos a fornecer o suporte necessário para ajudar a colocar as pessoas de volta trabalhando e impedir que a inflação caia demais." A medida preferida do Fed sobre pressões de preços aos consumidores, o índice PCE, está pouco acima de 1 por cento em termos anuais. Bernanke disse que isso é "muito pouco".
O banco central dos EUA tem mantido a taxa de juros perto de zero desde o final de 2008 e quadruplicou o tamanho de seu portfólio para 3,8 trilhões de dólares buscando impulsionar o crescimento e as contratações através de três rodadas de grandes compras de ativos.
O BC prometeu manter as taxas baixas até que o desemprego atinja 6,5 por cento, desde que o cenário para a inflação permaneça abaixo de 2,5 por cento. A taxa de desemprego em outubro foi de 7,3 por cento.
Autoridades do Fed decidiram em outubro manter as compras de títulos em 85 bilhões de dólares por mês. Críticos temem que o chamado "quantitative easing" alimente a inflação futura.
Bernanke disse que essas medidas podem ser removidas quando a economia se fortalecer e quando o desemprego "cair para um nível sustentável", referindo-se à taxa máxima que a economia norte-americana pode tolerar sem alimentar a inflação.
"Então será importante para o Fed normalizar a política, para começar a elevar as taxas de juros, para começar a reverter, de alguma maneira, o quantitative easing, talvez simplesmente deixando que vençam os ativos", disse ele.