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Draghi sinaliza que BCE está pronto para agir

Em declarações a parlamentares da União Europeia, Draghi também defendeu reuniões privadas entre as autoridades que definem a política monetária

O presidente do BCE, Mario Draghi: "é importante se reunir com os participantes do mercado" (Boris Roessler/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 09h44.

Bruxelas/Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, destacou nesta quinta-feira a prontidão do banco para estender o programa de impressão de dinheiro, alertando que uma medida importante sobre a saúde econômica, a inflação, está fraca.

Em declarações a parlamentares da União Europeia, Draghi também defendeu reuniões privadas entre as autoridades que definem a política monetária e fundos de hedge e bancos, como o encontro do membro do Conselho do BCE Benoit Coeure com um banco francês horas antes de o BCE cortar os juros.

"Sinais de uma virada sustentada no núcleo da inflação enfraqueceram um pouco", disse Draghi ao comitê econômico do Parlamento Europeu, referindo-se a um termômetro da saúde econômica que pode influenciar o esquema gigantesco de impressão de dinheiro do BCE.

As declarações dele, apontando para os riscos de um contágio na Europa da desaceleração da China e de outros mercados emergentes, amplificam um coro de alertas similares indicando mais ações possíveis já no dia 3 de dezembro, quando as autoridades responsáveis pela definição de política monetária do BCE vão se reunir.

"Nós sempre dissemos que nossas compras irão além de setembro de 2016 no caso de não vermos um ajuste sustentado na trajetória da inflação", acrescentou, dizendo que o esquema de estímulo monetário é "poderoso e flexível".

"Outros instrumentos", disse ele, "podem também ser ativados." Pessoas familiarizadas com o assunto disseram esta semana que o BCE está avaliando se vai comprar títulos municipais de cidades como Paris ou de regiões como a Bavária.

O banco central lançou em março seu programa, sob o qual compra 60 bilhões de euros mensais principalmente em títulos governamentais.

Até setembro do ano que vem, quando as compras estão programadas para acabar, o BCE terá gastado mais de 1 trilhão de euros para impulsionar a inflação e o crescimento.

Draghi também indicou que pode mudar seu envolvimento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com a Comissão Europeia, que supervisionaram os resgates de países como Grécia e Irlanda.

Draghi também disse que o BCE vai publicar as agendas dos membros da Comissão Executiva do banco, que forma o núcleo de definição de política, após um recente pedido por esta informação revelar contato regular entre bancos e fundos de hedge com autoridades do BCE.

"Nós tínhamos e ainda temos uma regra clara --não discutimos informação sensível ao mercado em reuniões que não sejam públicas", disse.

"Para nossa política monetária ser efetiva, entretanto, é importante se reunir com os participantes do mercado e também ouvir suas opiniões."

Texto atualizado às 10h44

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Bruxelas/Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, destacou nesta quinta-feira a prontidão do banco para estender o programa de impressão de dinheiro, alertando que uma medida importante sobre a saúde econômica, a inflação, está fraca.

Em declarações a parlamentares da União Europeia, Draghi também defendeu reuniões privadas entre as autoridades que definem a política monetária e fundos de hedge e bancos, como o encontro do membro do Conselho do BCE Benoit Coeure com um banco francês horas antes de o BCE cortar os juros.

"Sinais de uma virada sustentada no núcleo da inflação enfraqueceram um pouco", disse Draghi ao comitê econômico do Parlamento Europeu, referindo-se a um termômetro da saúde econômica que pode influenciar o esquema gigantesco de impressão de dinheiro do BCE.

As declarações dele, apontando para os riscos de um contágio na Europa da desaceleração da China e de outros mercados emergentes, amplificam um coro de alertas similares indicando mais ações possíveis já no dia 3 de dezembro, quando as autoridades responsáveis pela definição de política monetária do BCE vão se reunir.

"Nós sempre dissemos que nossas compras irão além de setembro de 2016 no caso de não vermos um ajuste sustentado na trajetória da inflação", acrescentou, dizendo que o esquema de estímulo monetário é "poderoso e flexível".

"Outros instrumentos", disse ele, "podem também ser ativados." Pessoas familiarizadas com o assunto disseram esta semana que o BCE está avaliando se vai comprar títulos municipais de cidades como Paris ou de regiões como a Bavária.

O banco central lançou em março seu programa, sob o qual compra 60 bilhões de euros mensais principalmente em títulos governamentais.

Até setembro do ano que vem, quando as compras estão programadas para acabar, o BCE terá gastado mais de 1 trilhão de euros para impulsionar a inflação e o crescimento.

Draghi também indicou que pode mudar seu envolvimento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com a Comissão Europeia, que supervisionaram os resgates de países como Grécia e Irlanda.

Draghi também disse que o BCE vai publicar as agendas dos membros da Comissão Executiva do banco, que forma o núcleo de definição de política, após um recente pedido por esta informação revelar contato regular entre bancos e fundos de hedge com autoridades do BCE.

"Nós tínhamos e ainda temos uma regra clara --não discutimos informação sensível ao mercado em reuniões que não sejam públicas", disse.

"Para nossa política monetária ser efetiva, entretanto, é importante se reunir com os participantes do mercado e também ouvir suas opiniões."

Texto atualizado às 10h44

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