Dólar deve garantir rentabilidade para grãos no Brasil
Segundo Mendonça de Barros, moeda deve fechar o ano em alta, em cerca de R$ 2,50, mantendo uma média ao longo do período não muito abaixo de R$ 2,30
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2014 às 18h21.
O <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/dolar">dólar </a></strong>deve fechar o ano em alta, em cerca de 2,50 reais, mantendo uma média ao longo do período não muito abaixo de 2,30, o que deve garantir rentabilidade para o setor agrícola brasileiro por meio das <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/exportacoes">exportações</a></strong>, disse nesta segunda-feira o economista José Roberto Mendonça de Barros.</p>
"Eu não vejo o dólar muito abaixo de 2,30 reais", disse e ele em entrevista à Reuters, no intervalo de um evento em São Paulo.
"Ele está temporariamente abaixo, por causa de entrada de capital. É arbitragem de juros. Esse dinheiro não vai ficar. Eu acho que esse dinheiro sai rapidinho porque nos EUA vão começar a subir (os juros)."
A moeda norte-americana fechou a 2,22 reais na venda nesta segunda-feira.
Mesmo com uma queda acumulada pelo dólar de quase 6 por cento ante o início do ano, Mendonça de Barros aposta que a moeda vai fechar 2014 em 2,50 reais, quando o banco central dos EUA voltar elevar juros e enxugar dólares do mercado.
"A soja a 12 dólares, com o dólar que está aí, compensa", estimou o economista, que foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, no fim da década de 1990.
O mercado futuro da bolsa de Chicago indica hoje o bushel da oleaginosa, com entrega em novembro, na casa de 12 dólares, bem abaixo do recorde de quase 18 dólares registrado em 2012, em meio a uma quebra de safra nos Estados Unidos.
"Em condições mais ou menos normais (semelhantes às atuais), a expansão dos investimentos vai continuar", disse Mendonça de Barros, acrescentando que os fundamentos devem manter-se pelo menos até a entrada da próxima temporada.
Ele lembra que os preços dos grãos podem cair, especialmente da soja, caso os Estados Unidos confirmem uma boa safra este ano.
Mas, segundo Mendonça de Barros, há sempre o risco de o tempo não ser totalmente favorável nos EUA: "Lá o clima também está esquisito".
O plantio de milho nas lavouras norte-americanas está recém começando, com o de soja também prestes a iniciar.