Economia

Disputa comercial atinge investimento empresarial, diz economista de Trump

Membro do governo Trump afirmou que as batalhas comerciais do presidente foram responsáveis pela desaceleração econômica dos EUA

EUA: "Uma vez que renegociamos os acordos comerciais, vimos incertezas no mercado", disse Philipson (Alex Wong / Equipe/Bloomberg)

EUA: "Uma vez que renegociamos os acordos comerciais, vimos incertezas no mercado", disse Philipson (Alex Wong / Equipe/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 09h52.

Washington — Uma desaceleração no crescimento dos Estados Unidos no ano passado deveu-se, pelo menos em parte, às batalhas comerciais globais do presidente Donald Trump e seu consequente impacto no investimento das empresas, disse o principal economista do governo norte-americano nesta quinta-feira em uma perspectiva para os próximos anos.

"Uma vez que renegociamos os acordos comerciais, vimos incertezas no mercado e o investimento foi afetado", disse Tomas Philipson, presidente em exercício do Conselho de Assessores Econômicos, em entrevista a jornalistas sobre o Relatório Econômico anual do Presidente.

Philipson disse que o Conselho fez apenas estimativas internas do impacto, mas encaminhou os jornalistas a um estudo do Federal Reserve que disse que a incerteza comercial pode ter reduzido o crescimento nos PIBs dos EUA e do mundo em até 1%.

Trump culpa o Fed pela desaceleração da economia de uma taxa de crescimento anualizada de 2,9% em 2018 para 2,3% no ano passado, e o banco central norte-americano reduziu os juros três vezes para impulsionar a economia.

Mas as autoridades citaram os riscos relacionados ao comércio como uma das principais razões para os cortes de juros. Philipson concordou com Trump que é necessário confrontar a China sobre o comércio, mas disse que isso causou uma interrupção a curto prazo.

"Não sei se concordamos plenamente com o ponto quantitativo, mas com o qualitativo certamente concordamos ... É sabido que, se tivermos incerteza, o investimento é prejudicado", afirmou Philipson.

Foi um raro reconhecimento público pelo governo dos custos da guerra comercial, caracterizada como amplamente benéfica para a economia dos EUA, apesar das questões persistentes sobre quem paga o preço de tarifas mais altas, se as cadeias de suprimentos globais serão reorganizadas em benefício da economia dos EUA e até se a China cumprirá os compromissos assumidos no âmbito da Fase 1 do acordo comercial.

Philipson disse esperar que o investimento se recupere este ano "se a incerteza diminuir, o que esperamos que aconteça".

O relatório do Conselho projetou que o crescimento econômico dos EUA este ano atingirá 3,1% e continuará em 3% anualmente até 2024, desde que um conjunto completo de reformas sugeridas seja adotado, incluindo acordos comerciais, um plano de infraestrutura e regras de imigração que favoreçam trabalhadores mais qualificados.

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