Martins Kazaks, dirigente do Banco Central Europeu (BCE) (Andrey Rudakov/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 14h59.
Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 15h30.
Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Martins Kazaks afirmou nesta sexta-feira, 26, que mantém uma postura de "paciência", à espera de mais dados e das projeções atualizadas de março antes de decidir sobre o momento ideal para um potencial corte nos juros.
Ele concedeu entrevista à Bloomberg TV, na qual reafirmou que o BCE será dependente "dos dados, não das datas", repetindo declaração da quinta-feira da presidente Christine Lagarde, durante entrevista coletiva após a decisão de manter os juros.
Também presidente do BC da Letônia, Kazaks disse que está atento à trajetória dos salários na zona do euro para suas decisões, mas também ressaltou que o BCE monitora "uma série de dados" para chegar a suas conclusões.
O dirigente considera que a economia da região tem estado fraca, com possibilidade de recessão técnica, ainda que o mercado de trabalho siga forte.
Kazaks enfatizou que todas as opções estão em aberto, embora tenha notado que, a menos que ocorra algum choque, a próxima mudança nos juros deve ser um corte.
Ele argumentou que o pior cenário seria ter de elevar muito os juros, pois isso penalizaria mais a economia, e disse que há vários meios possíveis para o relaxamento monetário, com diferentes tipos de graduações e cronogramas, acrescentando que os indicadores mostrarão o rumo ideal.
Ainda segundo a autoridade, o BCE monitora o quadro no Oriente Médio e no Mar Vermelho. Kazaks considerou que "estamos em um novo regime geopolítico", com mais volatilidade e mais conflitos. Nesse quadro, pode haver mais choques na oferta e é preciso ser paciente nas decisões.
Questionado sobre o trabalho de Lagarde, após reportagem do Politico revelar críticas a ela dentro do quadro do BCE, Kazaks afirmou que "a presidente está fazendo um trabalho muito bom", na sua avaliação.