Economia

Diretor do Banco Central nega PIB negativo no 2º trimestre

Segundo ele, somente no dia 29 com dados do IBGE sobre o segundo trimestre é que se saberá se a atividade econômica foi negativa no período


	Carlos Hamilton: momentos como o atual "requerem ações tempestivas para facilitar investimentos das companhias"
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Carlos Hamilton: momentos como o atual "requerem ações tempestivas para facilitar investimentos das companhias" (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 11h59.

São Paulo - O diretor do Banco Central, Carlos Hamilton, disse que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta sexta-feira, 15, é um indicador de tendência e não uma medida do Produto Interno Bruto (PIB).

"Dessa forma não é correto afirmar, nem informar com base nesse índice, que a variação do PIB foi negativa no segundo trimestre", disse Hamilton antes da abertura do IX Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancaria, que é realizado em São Paulo.

Segundo ele, somente no dia 29, quando serão divulgados os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o segundo trimestre é que se saberá se a atividade econômica foi negativa no período.

"O IBC-Br é um indicador importante e de tendência, mas não é a projeção do Banco Central, portanto, não é correto afirmar ou informar com base no índice que o Banco Central está projetando variação negativa do PIB no segundo trimestre", destacou.

Hamilton afirmou ainda que "nossa projeção é a que consta no relatório de inflação e vamos aguardar novas informações. Vamos refazer as estatísticas no final do terceiro trimestre e, eventualmente, ver se a projeção para o ano poderá ou não ser revista". O índice atingiu em junho 143,43 na série dessazonalizada, o menor nível desde outubro de 2012.

Basileia

O diretor do BC disse ainda que a autoridade monetária continuará o processo de convergência para as regras de Basileia 3, adequando e aperfeiçoando o arcabouço macroprudencial. Segundo ele, momentos como o atual "requerem ações tempestivas para facilitar investimentos das companhias e garantir que a estrutura de capital das empresas se mantenha aderente aos riscos inerentes de portfólio".

Hamilton explicou que o BC adotou uma série de medidas macroprudenciais em 2010, quando a dinâmica da liquidez internacional constituía uma fonte de risco para a estabilidade do sistema financeiro brasileiro.

Agora, no entanto, a inadimplência caiu e está em níveis historicamente baixos e há uma "moderação desejada" no crédito para as famílias e empresas. Nesse cenário, "é justificável a introdução de medidas macroprudenciais que apontem na direção oposta" daquelas introduzidas em 2010.

Ele lembrou que o BC já anunciou medidas nesse sentido no mês passado e que o objetivo dessas mudanças é melhorar a liquidez na economia. "O objetivo da regulação macroprudencial é assegurar a estabilidade financeira", reafirmou.

O diretor do BC afirmou que, de acordo com o acompanhamento feito pela autoridade, os indicadores de capacidade de pagamento e pressão de rolagem mostram uma solidez das empresas não financeiras brasileiras, que melhoraram sua exposição aos riscos de taxa de juros e cambial nos últimos anos.

"O endividamento externo das empresas brasileiras permanece pequeno e, se ajustado pelo endividamento total, recuou desde 2008", disse. Segundo ele, um número pequeno de empresas brasileiras têm endividamento significativo em moeda estrangeiro, sendo concentrado principalmente nas grandes corporações.

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