Economia

Dinheiro vivo pode desaparecer na China, afirma banco central

A China, que abrigava as bolsas de bitcoins mais ativas do mundo, proibiu esses estabelecimentos mas continua sendo líder mundial em pagamentos digitais

Zhou disse que o banco central chinês busca métodos de pagamento mais rápidos, baratos e práticos (Lucas Amorim/Exame)

Zhou disse que o banco central chinês busca métodos de pagamento mais rápidos, baratos e práticos (Lucas Amorim/Exame)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 9 de março de 2018 às 15h52.

Última atualização em 9 de março de 2018 às 15h58.

Os órgãos reguladores financeiros da China estão reprimindo as criptomoedas, mas isso não quer dizer que não gostem da ideia de usar dinheiro digital.

O presidente do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, deixou isso claro em entrevista coletiva concedida em Pequim, nesta sexta-feira, ao afirmar que o dinheiro físico pode se tornar obsoleto algum dia.

Zhou disse que o banco central chinês estuda as moedas digitais em busca de métodos de pagamento mais rápidos, baratos e práticos, e ao mesmo tempo alertou que criptomoedas como o bitcoin -- usada com mais frequência para especulação do que para pagamentos -- não contribuem para a economia.

“Devemos evitar grandes erros que possam gerar prejuízos irreparáveis, por isso somos cautelosos”, disse Zhou, em talvez uma de suas últimas aparições públicas, antes de sua esperada aposentadoria.

“Não gostamos de criar produtos para especulação e para gerar nas pessoas a ilusão de que podem enriquecer da noite para o dia.”

A China, que antes abrigava as bolsas de bitcoins mais ativas do mundo, proibiu esses estabelecimentos no ano passado em meio a uma ampla repressão às moedas virtuais.

No entanto, o país continua sendo líder mundial em pagamentos digitais graças à popularidade de plataformas desenvolvidas pelas gigantes da tecnologia Alibaba Group e Tencent.

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