Economia

Deve haver limites em esforço fiscal grego, diz Thomsen, do FMI

Para o chefe da equipe de inspeção do Fundo Monetário Internacional para a Grécia, Poul Thomsen, afirma que o limite está dentro do que a sociedade pode tolerar

"Gostaríamos de ter certeza que alcançamos o equilíbrio certo entre ajuste fiscal e reformas", afirmou Thomsen (Aris Messinis/AFP)

"Gostaríamos de ter certeza que alcançamos o equilíbrio certo entre ajuste fiscal e reformas", afirmou Thomsen (Aris Messinis/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2012 às 08h04.

Atenas - A endividada Grécia e os seus credores internacionais devem se focar menos na redução do déficit e mais em reformas, porque há limites sobre o que a sociedade pode tolerar, afirmou nesta quarta-feira o chefe da equipe de inspeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Grécia, Poul Thomsen.

Com um acordo de swap de dívida com credores do setor privado quase garantido, depois de aguardado por muito tempo, o foco de Atenas agora se concentra sobre suas negociações para um socorro de 130 bilhões de euros do FMI, da União Europeia (UE) e do Banco Central Europeu (BCE) - os credores do poder público, conhecidos como troika.

Reformas estruturais e cortes nos gastos são os principais pontos nas negociações, que a UE e a Grécia querem concluir até o final desta semana. Se elas falharem, a Grécia mergulhará em um default caótico, que pode atingir outros países endividados como Itália e Portugal.

"Teremos que desacelerar um pouco, até que o ajuste fiscal esteja encaminhado e nos mover mais rápido -muito mais rápido- com a implementação de reformas", disse Thomsen, em entrevista ao jornal Kathimerini. Seus comentários foram publicados em grego.

Mais reformas e uma redução de déficit mais lenta seria uma mudança na política econômica comparada com a do primeiro resgate, de 110 bilhões de euros, que contou com pesados aumentos de impostos e menos cortes de gastos, o que alguns economistas apontam como causa da perturbação social e da pior recessão do país no pós-guerra.

"A Grécia precisa continuar reduzindo o seu déficit orçamentário, mas os apoios políticos e da sociedade têm seus limites e gostaríamos de ter certeza que alcançamos o equilíbrio certo entre ajuste fiscal e reformas", afirmou Thomsen.

Apesar das elevações sem precedentes nos impostos, a Grécia tem falhado em cumprir suas metas de déficit. É esperado que o déficit do orçamento tenha tido leve queda no ano passado para 9,6 por cento do PIB, frente aos 10,6 por cento em 2010.

No entanto, alguns analistas dizem que a sugestão de Thomsen de troca de política econômica não funcionaria a menos que os credores da Grécia, incluindo o FMI, aumentassem sua ajuda ao país para mais de 130 bilhões de euros.

"As negociações sobre o programa serão completadas muito em breve, é uma questão de dias", disse Thomsen.

Os bancos gregos não devem ser nacionalizados como parte dos esforços para recapitalizá-los. "Não queremos o Estado administrando os bancos", disse.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrise gregaCrises em empresasDívida públicaEuropaFMIGréciaPiigs

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor