Economia

Destino da zona do euro está nas mãos de corte alemã

Se a corte der sinal verde para o mecanismo permanente de resgate da zona do euro, isso pode ajudar a limitar o poder de Berlim para continuar com a integração europeia


	Uma decisão negativa, considerada improvável por especialistas legais, pode tumultuar o bloco monetário de 17 nações
 (Getty Images)

Uma decisão negativa, considerada improvável por especialistas legais, pode tumultuar o bloco monetário de 17 nações (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2012 às 15h06.

Berlim - A Corte Constitucional da Alemanha tem o destino da zona do euro em suas mãos, quando decide na semana que vem se o crucial fundo de resgate financeiro pode ser ativado.

Uma decisão negativa, considerada improvável por especialistas legais, pode tumultuar o bloco monetário de 17 nações, incitando pânico nos mercados de títulos por aumentar as dúvidas sobre mais resgates de países endividados do sul.

No entanto, se a corte der sinal verde para o mecanismo permanente de resgate da zona do euro --o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês)-- e para o pacto de disciplina orçamentário mais rigoroso em 12 de setembro, isso pode ajudar a limitar o poder de Berlim para continuar com a integração europeia.

A corte, sediada em Karlsruhe ao oeste da Alemanha, uma das instituições mais confiáveis do país, não deve deixar a chanceler Angela Merkel completamente sem dificuldades.

Poucos especialistas esperam que os juízes rejeitem o ESM e o pacto fiscal, ao menos por causa do impacto devastador que isso teria nos mercados financeiros.

"Se eles fossem nos surpreender tirando a participação da Alemanha, eu acho que seria melhor fazer um banho de sangue nos mercados", afirmou o economista-chefe do UniCredit global, Erik Nielsen.

Mas os sábios podem muito bem exigir mais consulta parlamentar antes de a Alemanha concordar com mais integração europeia, ou sinalizar que o processo foi o mais longe quanto pode ser permitido sem reescrever a Lei Básica da Alemanha.

"Eu não acho que a corte irá bloquear o ESM ou o pacto fiscal, portanto, a integração europeia não chegará ao fim em 12 de setembro", afirmou um professor de União Europeia e lei constitucional na Universidade alemão de Bielefeld.

"Mas é improvável que haja apenas um parágrafo dizendo 'sem problemas, apenas vão em frente'. Como no passado, será nebuloso, aberto a interpretações e todos os partidos envolvidos irão dizer 'Nós ganhamos'", disse o professor à Reuters.

O ESM deveria ter sucedido o fundo de resgate temporário da zona do euro, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês), a partir de julho e levantar 700 bilhões de euros para prevenir uma propagação ainda maior da crise da dívida da zona do euro.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCrise econômicaCrises em empresasEuropaJustiçaPaíses ricosUnião Europeia

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor