São Paulo - Nesta quinta-feira, Guido Mantega completa 8 anos à frente do Ministério da Fazenda. Com isso, se torna o ministro mais longevo do período democrático.

O recorde pertencia a Pedro Malan, titular da Fazenda por dois mandatos de Fernando Henrique, entre o início de 1995 e o final de 2002.

Na história brasileira, os dois só perdem para Artur de Souza Costa, ministro de Getúlio Vargas por 11 anos.

Trajetória

Mantega assumiu a Fazenda em março de 2006, depois que Antonio Palocci pediu o afastamento.

O ex-ministro não resistiu ao escândalo de quebra do sigilo bancário do caseiro que denunciou sua presença em festas com lobistas. Hoje, Palocci é um consultor de sucesso (como revelou reportagem de EXAME).

Na época em que a economia crescia vigorosamente, com desemprego baixo e inflação controlada, a atuação de Mantega estava relativamente blindada de críticas. A política anticíclica em reação à crise de 2008 culminou no "pibão" de 7,5% em 2010.

A partir daí, fatores como o enfraquecimento da política fiscal, a contabilidade criativa e as previsões excessivamente otimistas - que nunca se concretizavam - roubaram o brilho do ministro.

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A má fase foi coroada essa semana com o rebaixamento do rating do país pela Standard & Poor's.

A saída de Mantega já foi pedida até por revistas internacionais, mas não deve ocorrer antes das eleições. Mesmo com a vitória de Dilma, ele já sinalizou que não fica - o que disparou a fábrica de rumores sobre sua sucessão. 

Currículo

Mantega nasceu em Gênova, na Itália, no dia 7 de abril de 1949, e se formou em economia na Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).

Fez doutorado em Sociologia do Desenvolvimento na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, também da USP, e se especializou no Institute of Development Countries (IDS) da Universidade de Sussex, na Inglaterra, em 1977.

Se tornou professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas em 1981. Foi Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão até novembro de 2004 e em seguida, assumiu a presidência do BNDES.

Mantega ajudou a coordenar o programa econômico do PT nas eleições presidenciais de 1984, 1989 e 1998 e 2002, além de ter se tornado assessor econômico direto de Lula a partir de 1993.