Desemprego: Brasil atinge recordes positivos em relação ao mercado de trabalho (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 29 de novembro de 2024 às 09h03.
Última atualização em 29 de novembro de 2024 às 09h38.
A taxa de desemprego no trimestre encerrado em outubro de 2024 caiu para 6,2%, a menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua do IBGE, iniciada em 2012.
Na comparação com o trimestre de maio a julho de 2024, a queda foi de 0,6 ponto percentual. O recuo foi de 1,4 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (7,6%).
A população desocupada — pessoas que procuravam por trabalho — caiu para 6,8 milhões, o menor número de pessoas em uma década, ou, desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014.
O número total de trabalhadores no Brasil atingiu um novo recorde, chegando a 103,6 milhões, sendo 53,4 milhões de empregados no setor privado (recorde), dos quais 39,0 milhões tinham carteira assinada (recorde) e 14,4 milhões eram empregados sem carteira (recorde).
Com o resultado, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando (nível de ocupação) chegou ao maior percentual da série histórica da PNAD Contínua: 58,7%.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro da expectativa do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 6,2%.
Segundo a Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o resultado da menor taxa de desemprego da história vem da "recorrente expansão da ocupação em 2024", que tem gerado recordes.
No trimestre, o resultado positivo foi puxado pela alta da ocupação na Indústria, Construção e Outros serviços. A população ocupada na Indústria cresceu 2,9% (mais 381 mil pessoas), a Construção cresceu 2,4% (mais 183 mil pessoas) e o número de trabalhadores em Outros serviços subiu 3,4% (mais 187 mil pessoas). Juntas, essas atividades econômicas ganharam mais 751 mil trabalhadores, no trimestre
A taxa de informalidade — proporção de trabalhadores informais na população ocupada — foi de 38,9%, o que equivale a 40,3 milhões de trabalhadores informais, o maior contingente da série, iniciada em 2016. Essa taxa superou a do trimestre móvel anterior (38,7 %) e foi menor que a do mesmo trimestre de 2023 (39,1 %).
A alta na informalidade foi puxada pelo novo recorde de trabalhadores sem carteira assinada, uma vez que o número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões) manteve estabilidade nas duas comparações: trimestral e anual.