Economia

Desemprego em dezembro nos EUA foi o mais baixo em 5 anos

O índice de desemprego nos Estados Unidos caiu em dezembro três décimos, para 6,7%, o mais baixo em cinco anos


	Desemprego: relatório mostrou que a redução no índice se deveu, principalmente, ao maior número de pessoas que abandonaram a busca de trabalho
 (Tim Boyle/Bloomberg)

Desemprego: relatório mostrou que a redução no índice se deveu, principalmente, ao maior número de pessoas que abandonaram a busca de trabalho (Tim Boyle/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 15h14.

Washington - O índice de desemprego nos Estados Unidos caiu em dezembro três décimos, para 6,7%, o mais baixo em cinco anos, mas o ano fechou com um aumento de 2,19 milhões de postos de trabalho, pouco mais que em 2012, informou nesta sexta-feira o Departamento de Trabalho.

O relatório mostrou que a redução no índice se deveu, principalmente, ao maior número de pessoas que abandonaram a busca de trabalho e, portanto, desaparecem da força e da estatística.

O governo divulgou que em dezembro 347 mil pessoas abandonaram a busca por emprego o que fez a taxa de participação na força de trabalho civil diminuísse dois décimos para 62,8%, a mais baixa em 35 anos.

O índice de desemprego ficou no nível mais baixo desde outubro de 2008, um mês em que a economia acrescentou apenas 74 mil empregos novos.

Quatro anos e meio depois de acabar a Grande Depressão, a maior economia do mundo mostra um ritmo de criação de empregos lento demais para absorver o crescimento da mão-de-obra e para compensar os 8,4 milhões de postos de trabalho perdidos na crise.

"O setor privado acrescentou 87 mil postos de trabalho em dezembro e isto fecha os 8,2 milhões de empregos criados no setor privado nos últimos 46 meses", afirmou o secretário de Trabalho, Thomas Perez.

"A economia continua se recuperando mas, claramente, não saímos do poço", alertou o Ministério do Trabalho.

"O desemprego a longo prazo continua sendo um problema persistente que afeta 3,9 milhões de pessoas. São 37,3% de todos os desempregados sem trabalho há pelo menos 27 semanas", assinalou.


O grupo empresarial Conference Board opinou que o pouco número de novos empregos em dezembro "poderia ser um fenômeno temporário e outros dados sugerem que o aumento de empregos avançará neste ano".

O relatório assinalou que a remuneração média por hora subiu dois centavos, para US$ 24,17. O gasto dos consumidores representa nos Estados Unidos mais de dois terços da atividade econômica e, com um lento crescimento das remunerações, os consumidores continuam sendo cautelosos.

A maioria dos analistas esperava que o índice de desemprego se mantivesse em 7% e que a economia acrescentasse no mês passado 193 mil postos de trabalho.

Apesar disso o aumento no número de postos de trabalho em dezembro foi o menor mensal desde começo de 2011.

A maior criação de vagas aconteceu, como é habitual, em dezembro, no comércio no varejo que acrescentou 55 mil postos de trabalho. Também é possível que as condições meteorológicas tenham contribuído para diminuir o emprego especialmente em indústrias como a construção, onde foram extintas 17 mil vagas.

A pesquisa de lares, que faz parte do relatório do Departamento de Trabalho, mostra que durante a semana em que a pesquisa foram realizada 273 mil pessoas não foram trabalhar por causa do mau tempo.

O banco central americano, Federal Reserve (Fed), que em dezembro iniciou a retirada gradual do estímulo monetário, indicou que manterá a taxa básica de juros abaixo de 0,25% até que o desemprego se aproxime de 6,5%.

Na reunião de dezembro o Comitê de Mercado Aberto da Reserva, que dirige a política monetária dos EUA, decidiu reduzir em US$ 10 bilhões mensais as compras de bônus do tesouro e títulos hipotecários (que antes era de US$ 85 bilhões) em um programa iniciado em 2008.

Os Estados Unidos entraram na recessão mais profunda e prolongada de quase oito décadas em dezembro de 2007 e o índice de desemprego alcançou o ápice em outubro de 2009 com 10% da força de trabalho à procura de emprego.

O emprego cresce um pouco a cada mês desde que terminou a recessão em julho de 2009, mas esse aumento não foi suficiente para absorver plenamente a reposição e o crescimento da força de trabalho.

Acompanhe tudo sobre:DesempregoEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Economia

Alckmin: reforma tributária vai ampliar investimentos e exportações

Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 4 bi em junho, mostra Banco Central

Arrecadação federal cresce 11,02% em junho e chega a R$ 208,8 bilhões

Plano Real, 30 anos: Carlos Vieira e o efeito desigual da hiperinflação no povo

Mais na Exame