Economia

Desemprego cai para 7,1% em maio, menor taxa para o mês desde 2014

A expectativa do mercado financeiro era de uma taxa de 7,3%. 

 (Marcos Santos/Agência USP)

(Marcos Santos/Agência USP)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 28 de junho de 2024 às 09h02.

Última atualização em 28 de junho de 2024 às 09h53.

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em maio de 2024 caiu para 7,1%. O resultado representa uma queda de 0,7 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre de dezembro a fevereiro de 2024, quando esse percentual estava em 7,8%.

Na comparação com o mesmo trimestre móvel, quando a taxa foi de 8,3%, o recuo foi de 1,2 ponto percentual. Com isso, a taxa de desemprego foi a menor para um trimestre móvel encerrado em maio, desde 2014. 

A população desocupada – aqueles que não tinham trabalho e buscaram por uma ocupação no período de referência da pesquisa – também diminuiu:  caiu 8,8% (menos 751 mil pessoas) no trimestre e teve recuo de 13,0% (menos 1,2 milhão de pessoas) no ano. Assim, esse contingente chegou a 7,8 milhões, o menor número de pessoas em busca de trabalho desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do mercado financeiro era de uma taxa de 7,3%. 

Taxa de desemprego no Brasil em maio de 2024

  • A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,1no trimestre entre março e maio de 2024

Por que o desemprego caiu em maio de 2024?

A queda da população desocupada e recorde da população ocupada explicam o resultado em maio. O total de trabalhadores do país atingiu a melhor marca da série histórica iniciada em 2012 e chegou a 101,3 milhões. Na comparação com o trimestre a alta foi de 1,1% no trimestre e 3% no ano.

Além disso, os contingentes de trabalhadores com carteira (38,3 milhões) e sem carteira assinada (13,7 milhões) também foram recordes da série histórica, além do total de empregados no setor privado (52,0 milhões). Já a população fora da força de trabalho não mostrou variações significativas em nenhuma das duas comparações, permanecendo em 66,8 milhões.

A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, analisa que “o crescimento contínuo da população ocupada tem sido impulsionado pela expansão dos empregados, tanto no segmento formal como informal. Isso mostra que diversas atividades econômicas vêm registrando tendência de aumento de seus contingentes. Além disso, há um fator sazonal no crescimento do grupamento de atividades Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”.

Rendimento do trabalhadores e massa de rendimento crescem

O rendimento médio real das pessoas ocupadas no trimestre encerrado em abril foi de R$ 3.181, sem variação significativa no trimestre e crescendo 5,6% na comparação anual. Com as altas do rendimento e da ocupação, a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores do país, chegou a R$ 317,9 bilhões, novo recorde da série histórica, subindo 2,2% (mais R$ 6,8 bilhões) na comparação trimestral e 9,0% (mais R$ 26,1 bilhões) no ano.

Segundo a coordenadora, “a massa de rendimentos tem se mantido em patamares elevados devido aos recordes da população ocupada”.

Acompanhe tudo sobre:Desemprego

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor