Paulo Guedes: o sindicalismo nasceu para preservar seus próprios benefícios em regimes de mercados fechados (Wilson Dias/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de agosto de 2019 às 11h48.
Última atualização em 13 de agosto de 2019 às 17h57.
São Paulo — O ministro da Economia, Paulo Guedes, ao comentar os resultados das eleições primárias da Argentina que aconteceram neste domingo (11) e indicam a fraqueza eleitoral de Maurício Macri, disse que, "desde que o movimento político peronista começou, a Argentina só afunda".
Macri tem afinidades com o pensamento econômico liberal, linha econômica que o ministro brasileiro também segue, e recebeu apoio explícito do presidente Jair Bolsonaro.
O argentino tentou implementar medidas liberais, mas elas não funcionaram — a economia do país encolheu 2,5% em 2018 e deve recuar mais 1,5% este ano, com a inflação na casa dos 40%.
Já a chapa vencedora das primárias, formada por Alberto Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, é considerada peronista.
No domingo, Fernández obteve 47% do votos, uma vantagem de quase 15 pontos percentuais para Macri, da coalizão Juntos pela Mudança, que tinha 32% com 80% das urnas apuradas.
Apesar de criticar peronistas, Macri anunciou como vice de sua chapa o senador Miguel Ángel Pichetto, ex-aliado de Kirchner e um dos principais nomes do movimento.
Guedes também defendeu uma política econômica liberal e a MP da Liberdade Econômica, com menos presença e regulação do estado.
"Os mesmos que impedem as reformas de acontecer ficam apontando para o desemprego atual. São 40 anos de desaforo, de dirigismo, atrasando o crescimento econômico", afirmou Guedes. "O sindicalismo nasceu para preservar seus próprios benefícios em regimes de mercados fechados", acrescentou.