Economia

Descobertas de petróleo têm menor nível desde 1952

Descobertas de petróleo atingiram o menor patamar em seis décadas porque as empresas exploradoras reduziram bilhões de dólares em investimentos


	Petróleo: a exploração normalmente é a primeira vítima do colapso do preço do petróleo bruto
 (Plataformas de petróleo em alto mar)

Petróleo: a exploração normalmente é a primeira vítima do colapso do preço do petróleo bruto (Plataformas de petróleo em alto mar)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2016 às 22h15.

As descobertas de petróleo atingiram o menor patamar em seis décadas porque as empresas exploradoras reduziram bilhões de dólares em investimentos para sobreviver à maior crise do mercado em uma geração.

Cerca de 12,1 bilhões de barris em reservas de petróleo foram descobertos em 2015, marcando um quinto ano consecutivo de declínio e o menor volume desde 1952, disse a Rystad Energy, consultoria do setor com sede em Oslo, em nota enviada por e-mail.

A exploração normalmente é a primeira vítima do colapso do preço do petróleo bruto.

Empresas como a BP e a Royal Dutch Shell reduziram seus orçamentos e equipes para focarem na manutenção dos campos existentes e dos pagamentos de dividendos aos acionistas. A ausência de novas descobertas poderia afetar a oferta a longo prazo, porque são necessários cinco a 10 anos para levar as novas descobertas à fase de produção, dependendo da localização, dos preços e da demanda.

“A curto prazo, não há escassez de petróleo”, escreveu Martijn Rats, analista do Morgan Stanley em Londres, em um relatório, em 20 de maio, que estimou o gasto com exploração em cerca de US$ 95 bilhões no ano passado, 45 por cento menos que em 2013. “Qualquer impacto dos recentes resultados ruins de exploração terá que se concretizar a longo prazo”.

O ritmo das descobertas de petróleo provavelmente continuará inalterado até 2018, disse a Rystad Energy.

Demanda reduzida

Contudo, as metas climáticas globais provavelmente limitarão o consumo de petróleo, o que significa que os recursos existentes poderiam ser suficientes para atender à demanda nas próximas duas décadas, segundo o Morgan Stanley. Citando o melhor cenário da Agência Internacional de Energia, o banco disse que a diferença entre a demanda e a oferta continuaria “pequena” e que “mais exploração será necessária, mas a um nível apenas modesto”.

Apenas se tudo continuar como estava em 2015 “se formará um déficit significativo entre demanda e produção dos recursos conhecidos”, disse a agência.

O preço do petróleo Brent, referência internacional, está em menos da metade do patamar de dois anos atrás. As empresas de exploração mantêm o foco na contenção de despesas e na extração de recursos dos ativos descobertos anteriormente, para os quais os riscos são mais baixos, e o ciclo de tempo do projeto, reduzido, disse Leta Smith, diretora da IHS Energy, em um relatório, nesta segunda-feira.

“O piso é completamente divergente para a exploração convencional e os resultados anunciam um déficit de oferta no futuro que será difícil superar”, disse Leta. “No ambiente atual de corte de custos, a perspectiva para os volumes de descoberta de 2016 provavelmente também não vai melhorar”.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaMercado financeiroPetróleo

Mais de Economia

Alckmin: reforma tributária vai ampliar investimentos e exportações

Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 4 bi em junho, mostra Banco Central

Arrecadação federal cresce 11,02% em junho e chega a R$ 208,8 bilhões

Plano Real, 30 anos: Carlos Vieira e o efeito desigual da hiperinflação no povo

Mais na Exame