Economia

Demanda se mantém estável em supermercados após Carne Fraca

Segundo o vice-presidente da Abras, "do ponto de vista de demanda não houve nenhuma alteração. As vendas continuaram da mesma forma e normalmente"

Supermercado: a associação defendeu que as investigações da PF continuem para se aperfeiçoar e melhorar a fiscalização no país (Ricardo Moraes/Reuters)

Supermercado: a associação defendeu que as investigações da PF continuem para se aperfeiçoar e melhorar a fiscalização no país (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de março de 2017 às 21h22.

Rio de Janeiro - A demanda dos consumidores por produtos de carne se manteve estável no fim de semana, apesar do escândalo disparado pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que identificou um esquema de pagamento de propinas a fiscais sanitários responsáveis por liberar produtos de frigoríficos.

Segundo o vice-presidente da associação que representa os supermercados do país (Abras), João Galassi, "do ponto de vista de demanda não houve nenhuma alteração. As vendas continuaram da mesma forma e normalmente", disse ele em entrevista à Reuters, acrescentando que o setor não cogita possibilidade de retirada de produtos das prateleiras.

Galassi afirmou que o sistema de segurança alimentar do país é confiável e defendeu que as investigações da PF continuem para se aperfeiçoar e melhorar a fiscalização no país.

"Acho que temos que acreditar e confiar no sistema que nós temos (...) Mas isso não quer dizer que não se tenha que fazer operações e investigações", afirmou.

O escândalo criou repercussões nos países compradores de carne do Brasil. China, União Europeia, Chile e Coreia do Sul emitiram nesta segunda-feira comunicados em que citaram preocupações sobre os produtos brasileiros.

A China, principal destino da carne brasileira, com exportações nacionais de 1,75 bilhão de dólares em 2016, informou suspensão da entrada do produto até o Brasil prestar esclarecimentos sobre o esquema de fraude nas inspeções revelado pela PF na sexta-feira.

Na terça-feira, antes de abertura oficial de uma feira nacional do setor varejista e supermercadista, representantes da Abras vão se reunir a portas fechadas para debater os efeitos da operação da PF.

"Vamos discutir o tema, mas desconheço a informação de retirada (de produtos das prateleiras)", afirmou Galassi. Ele explicou que o estoque máximo trabalhado pelos supermercados para carnes é de três dias e para embutidos de 10 dias.

"Não tem nem como pensar nisso (retirada de produtos) porque o setor não tem estoque de perecíveis. São entregas diárias, com prazo de validade curto e perecível não faz sentido estocar", acrescentou.

Já o presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), Fábio Queiróz, afirmou que o setor varejista fluminense não viu queda significativa no consumo de carne no Estado.

"Isso é importante para mostrar que o consumidor ainda confia na segurança do alimento", afirmou.

Desde o sábado, dia seguinte à operação da PF, agentes da vigilância sanitária da cidade do Rio de Janeiro intensificaram a fiscalização sobre carnes e embutidos nos supermercados e algumas amostras de produtos foram recolhidas para análises laboratoriais.

"Vamos nos reunir na terça-feira para decidir se vai haver uma campanha de esclarecimento à população. É possível, mas não é provável", disse Queiróz, da Asserj.

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