Crise leva americanos a se interessarem mais pelo Fed
Reação aos resgates implementados e a expansão recorde no balanço levaram a instituição a uma abertura nunca antes vista nos seus 100 anos de história
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2013 às 22h14.
Nova York - A agitação sem precedentes causada pela sucessão do presidente da Reserva Federal americana, Ben S. Bernanke, mostra que os americanos não permitirão que o Banco Central volte aos seus métodos caraterizados por certa opacidade e reservados.
A reação aos resgates implementados por Bernanke durante a crise financeira e a expansão recorde no balanço do Fed levaram a instituição a uma abertura como nunca antes nos seus 100 anos de história. A introdução de conferências de imprensa em 2011 é apenas uma de suas iniciativas recentes.
A análise continua porque a economia americana está tendo dificuldade para ganhar impulso. Surgiu assim um debate público sem precedentes sobre qual deve ser o próximo presidente, explica Sarah Binder, presidente sênior da Brookings Institution em Washington, que acompanha a relação entre o Fed e o Congresso.
A vice-presidente do Fed, Janet Yellen, e o ex-assessor principal do presidente Barack Obama em economia, Lawrence Summers, se tornaram o centro de uma disputa cada vez mais pública pelo cargo de Bernanke.
Legisladores democratas das duas câmaras enviaram à Casa Branca cartas de apoio a Yellen, 66, e Obama defendeu Summers, 58, contra uma enxurrada de críticas dos legisladores do seu partido em 31 de julho. Obama também mencionou como candidato o ex-vice-presidente do Fed, Donald Kohn, 70.
Lobby sem precedentes
“Nunca aconteceu nada parecido na história do Fed”, afirma Allan Meltzer, professor de economia política na Escola de Administração Tepper da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, e autor de vários livros sobre a história do Banco Central.
Bernanke, 59, estabeleceu o papel do Fed como principal agente de resgate do país durante os 18 meses de recessão iniciados em dezembro de 2007. Ele utilizou o balanço do Fed para salvar a Bear Stearns Cos. do colapso em março de 2008, dando mais de US$ 2 trilhões em ajuda de emergência para essa companhia e para a American InternationalGroup Inc. Bernanke também criou seis programas de empréstimos e swaps de divisas com outros bancos centrais.
Exame no Congresso
Segundo Binder, o exame no Congresso provavelmente continue depois que o Fed retirar seu estímulo monetário, que também não tem precedente.
“A reversão das políticas levará mais um tempo e continuará atraindo a atenção dos republicanos, que acham que ela está sendo lenta demais e dos democratas, que acham que ela está sendo rápida demais”, disse Binder.
Os operadores e investidores também estão se concentrando mais do que antes no balanço recorde do Fed, disse Jeffrey Rosenberg, estrategista-chefe de investimentos para renda fixa na Black Rock Inc., que supervisiona US$ 1,2 trilhões em ativos de renda fixa. “A diferença é o grau de influência da atividade do Banco Central sobre os mercados financeiros”, explica Rosenberg. O Fed está “numa posição muito mais interventora, determinando uma variedade mais ampla de preços financeiros além das taxas de juros no curto prazo”.
Os responsáveis pela política econômica estão debatendo se a economia está suficientemente sólida para justificar uma retirada dos estímulos. Embora o desemprego tenha caído do pico de 10 por cento registrado em outubro de 2009, ainda está acima da taxa de 5 por cento no começo da recessão.
“O papel do Fed melhorou na opinião do público” porque “ele interveio na economia mais expansivamente do que nunca”, disse Marvin Goodfriend, professor de economia na Carnegie Mellon e ex-assessor do Fed de Richmond.
“Como as pessoas estão sabendo mais sobre as competências do Fed, o Fed, por sua vez tem interesse em tornar-se mais compreensível. Essa dinâmica provavelmente continuará”.
Nova York - A agitação sem precedentes causada pela sucessão do presidente da Reserva Federal americana, Ben S. Bernanke, mostra que os americanos não permitirão que o Banco Central volte aos seus métodos caraterizados por certa opacidade e reservados.
A reação aos resgates implementados por Bernanke durante a crise financeira e a expansão recorde no balanço do Fed levaram a instituição a uma abertura como nunca antes nos seus 100 anos de história. A introdução de conferências de imprensa em 2011 é apenas uma de suas iniciativas recentes.
A análise continua porque a economia americana está tendo dificuldade para ganhar impulso. Surgiu assim um debate público sem precedentes sobre qual deve ser o próximo presidente, explica Sarah Binder, presidente sênior da Brookings Institution em Washington, que acompanha a relação entre o Fed e o Congresso.
A vice-presidente do Fed, Janet Yellen, e o ex-assessor principal do presidente Barack Obama em economia, Lawrence Summers, se tornaram o centro de uma disputa cada vez mais pública pelo cargo de Bernanke.
Legisladores democratas das duas câmaras enviaram à Casa Branca cartas de apoio a Yellen, 66, e Obama defendeu Summers, 58, contra uma enxurrada de críticas dos legisladores do seu partido em 31 de julho. Obama também mencionou como candidato o ex-vice-presidente do Fed, Donald Kohn, 70.
Lobby sem precedentes
“Nunca aconteceu nada parecido na história do Fed”, afirma Allan Meltzer, professor de economia política na Escola de Administração Tepper da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, e autor de vários livros sobre a história do Banco Central.
Bernanke, 59, estabeleceu o papel do Fed como principal agente de resgate do país durante os 18 meses de recessão iniciados em dezembro de 2007. Ele utilizou o balanço do Fed para salvar a Bear Stearns Cos. do colapso em março de 2008, dando mais de US$ 2 trilhões em ajuda de emergência para essa companhia e para a American InternationalGroup Inc. Bernanke também criou seis programas de empréstimos e swaps de divisas com outros bancos centrais.
Exame no Congresso
Segundo Binder, o exame no Congresso provavelmente continue depois que o Fed retirar seu estímulo monetário, que também não tem precedente.
“A reversão das políticas levará mais um tempo e continuará atraindo a atenção dos republicanos, que acham que ela está sendo lenta demais e dos democratas, que acham que ela está sendo rápida demais”, disse Binder.
Os operadores e investidores também estão se concentrando mais do que antes no balanço recorde do Fed, disse Jeffrey Rosenberg, estrategista-chefe de investimentos para renda fixa na Black Rock Inc., que supervisiona US$ 1,2 trilhões em ativos de renda fixa. “A diferença é o grau de influência da atividade do Banco Central sobre os mercados financeiros”, explica Rosenberg. O Fed está “numa posição muito mais interventora, determinando uma variedade mais ampla de preços financeiros além das taxas de juros no curto prazo”.
Os responsáveis pela política econômica estão debatendo se a economia está suficientemente sólida para justificar uma retirada dos estímulos. Embora o desemprego tenha caído do pico de 10 por cento registrado em outubro de 2009, ainda está acima da taxa de 5 por cento no começo da recessão.
“O papel do Fed melhorou na opinião do público” porque “ele interveio na economia mais expansivamente do que nunca”, disse Marvin Goodfriend, professor de economia na Carnegie Mellon e ex-assessor do Fed de Richmond.
“Como as pessoas estão sabendo mais sobre as competências do Fed, o Fed, por sua vez tem interesse em tornar-se mais compreensível. Essa dinâmica provavelmente continuará”.