Economia

Crescimento da arrecadação é insustentável, diz Velloso

Consultor econômico afirma que governo deve controlar gastos no ano eleitoral

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2010 às 16h16.

Brasília - O arrecadação federal no primeiro quadrimestre do ano bateu recorde e chegou à casa de R$ 256,889 bilhões. Porém, o aumento real de 12,52% em relação ao mesmo período de 2009 preocupa o consultor econômico Raul Velloso. "Um aumento como esse significaria um crescimento de PIB de mais de 7%, mas o máximo sustentável para o país é de 4,5%. A arrecadação vai começar a ceder", prevê o especialista.

O governo, no entanto, se mostra otimista. Segundo o secretário da Receita Federal, Otacílio Dantas Cartaxo, a arrecadação do primeiro semestre está garantida. "Os números confirmam a tendência de arrecadação de mais de 10% ao mês", disse ele em coletiva em que anunciou os dados de arrecadação federal. Cartaxo espera um segundo semestre com resultados positivos, mas o órgão ainda não tem previsão dos impactos que o aumento da taxa básica de juros pode trazer à arrecadação. "Vamos analisar e fazer um estudo com calma", afirmou.

Para Velloso, os cofres públicos cheios não podem ser sinônimos de mais gastança. "Os gastos do governo estão muito acelerados. Em período eleitoral, é sempre assim, mas acredito que o governo vá começar a conter-se", pondera.

A alta da taxa básica de juros também não deve ser um problema imediato para a arrecadação. Segundo o consultor, a economia brasileira continua muito acelerada e só deve começar a sentir os impactos da Selic depois que, de fato, esfriar. "A economia está acelerada porque o país não tem nenhuma grande mazela para resolver, como a Europa, por exemplo. Só não está melhor porque já estamos crescendo muito acima das possibilidades", avaliou o especialista.
 

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