Coutinho: ele explica que muitas empresas que entram em contato com BNDES têm dúvidas "específicas" (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2014 às 16h29.
Londres - Apesar das duras críticas ouvidas no mercado financeiro, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, diz que os estrangeiros responsáveis pelo investimento direto para o Brasil não estão preocupados com o noticiário de curto prazo.
"O investidor estrangeiro tem uma compreensão muito clara da macroeconomia. Nenhum está preocupado se vai haver o descontrole da inflação", exemplificou, ao dizer que ele sabe que não haverá descontrole.
"Quando falamos do investidor que traz IED, ele está preocupado com uma perspectiva de médio e longo prazo. Ele está preocupado em fazer uma boa projeção e sobre o crescimento do mercado, se haverá crédito ou com a complexidade do sistema tributário. São as preocupações normais", disse, ao rejeitar a avaliação de que o cenário macroeconômico esteja afastando empresas do Brasil.
Coutinho explica que muitas empresas que entram em contato com o BNDES têm dúvidas "específicas".
"Eles querem saber sobre o mercado deles, a área de cada uma. Não observamos nenhum arrefecimento do interesse no Brasil", disse.
Entre os setores mais interessados em investir no mercado brasileiro, Coutinho cita a indústria de óleo e gás, automotiva, fármacos e equipamentos de saúde, aeronáutica e defesa.
A lista citada pelo presidente do BNDES também tem os ramos de máquinas agrícolas, infraestrutura relacionada ao escoamento da produção do agronegócio e energia, como termelétricas e geração eólica.
Copa
Questionado sobre eventuais problemas no mundial de futebol, Coutinho disse que "o Brasil tem uma série de questões".
"Não temos projetos prontos, maduros. Há vontade de fazer, mas não temos os projetos. Alguns projetos de mobilidade ficaram prontos", disse, ao citar a Transcarioca inaugurada no fim de semana pela presidente Dilma Rousseff e projetos em Fortaleza.
"Não é assim como dizem. Acho que isso não estraga a imagem do Brasil", disse.