Luciano Coutinho: ele classificou como uma "agenda imperiosa" melhorar de "maneira consistente" a produtividade, especialmente da base de pequenas e médias empresas (Paulo Whitaker/REUTERS)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2013 às 15h39.
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou, em palestra a empresários, que o Brasil está assistindo a uma recuperação do crescimento. "No último trimestre, o crescimento foi bastante firme", disse, em relação à indústria.
"Não foi apenas a recuperação de ônibus e caminhões que moveu a Formação Bruta de Capital Fixo no último trimestre", completou em referência à FBCF, indicador do Produto Interno Bruto (PIB) sobre investimentos.
Segundo ele, também os bens de capital de uso industrial mostraram um forte crescimento, especialmente no segundo trimestre, o que tem a ver com a "aceleração da comercialização de máquinas e equipamentos".
Coutinho informou que dois terços da comercialização recente de máquinas e equipamentos têm sido dirigidos a pequenas e médias empresas.
Ele classificou como uma "agenda imperiosa" melhorar de "maneira consistente" a produtividade, especialmente da base de pequenas e médias empresas. "Há indícios interessantes de que essa estrutura está se movendo em boa direção."
Perspectivas
O presidente do BNDES relatou ainda que os enquadramentos do banco no último trimestre estão se sustentando em patamar "muito elevado", sinalizando que a FBCF não se reduzirá. "No ano passado, houve forte recuperação dos enquadramentos no BNDES", comentou Coutinho, ao afirmar que os enquadramentos servem como indicativos de previsão.
A expectativa do banco de fomento é alcançar "elevação da taxa agregada de investimento", ultrapassando a relação de 19% do PIB. "A expectativa depende em alguma medida de executar o programa de concessões", explicou Coutinho, que reiterou ainda dizendo que as concessões serão "elemento-chave" para alcançar o objetivo.
"Os desembolsos diretos do BNDES para infraestrutura já vêm crescendo nos últimos anos", declarou. Conforme Coutinho, no ano passado, o desembolso para energia e logística chegou a R$ 24,5 bilhões. Neste ano, estima que será ultrapassada a marca dos R$ 30 bilhões. Ele espera ainda que a parcela de desembolsos a modais de logística cresça a um ritmo médio de 20% ao ano.
"O BNDES deverá continuar sendo a principal alavanca desses investimentos", disse. A previsão de investimentos para o período entre 2014 e 2017, segundo ele, é de R$ 3,8 trilhões. Para Coutinho, a "decolagem" de investimento em concessões de logística terá o condão de promover aceleração nos próximos anos da relação investimento/PIB.