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Cortes obrigam Pentágono a redução histórica 13 anos

Após 13 anos de guerra no Afeganistão e no Iraque, período bélico mais longo da história dos EUA, Pentágono detalhou programa de despesa para ano fiscal de 2015

Chuck Hagel: "É o momento de ser realista. Este orçamento reconhece a realidade e a magnitude de nossos desafios fiscais no perigoso mundo em que vivemos" (REUTERS/Gary Cameron)
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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 19h13.

Washington - As Forças Armadas dos Estados Unidos terão "margem menor de erro" e evitarão guerras de ocupação por causa do novo orçamento , o maior em defesa do mundo apresentado nesta segunda-feira, que marca o início de uma nova era de "eficiência".

Após 13 anos de guerras no Afeganistão e no Iraque, o período bélico mais longo da história americana, o Pentágono detalhou hoje seu programa de despesas para o ano fiscal de 2015, de US$ 496 bilhões.

Esse valor obrigará a cortes de pessoal, pôr fim a frotas inteiras de aeronaves e a avaliar com mais detenção e cautela os projetos de novo armamento.

"É o momento de ser realista. Este orçamento reconhece a realidade e a magnitude de nossos desafios fiscais no perigoso mundo em que vivemos", justificou o secretário de Defesa de EUA, Chuck Hagel, em entrevista coletiva de apresentação das recomendações à Casa Branca.

Apesar destes planos se basearem em cortes menores do que o esperado, se não houver acordo no Congresso para as contas de 2016, o Pentágono poderia se ver obrigado a realizar reduções ainda mais drásticas, que afetariam destróieres navais, um novo caça e o número de aeronaves em serviço.

Apesar de menor que os US$ 600 bilhões de 2013, o orçamento do Pentágono no ano fiscal 2015 continuará sendo maior que o de China, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Alemanha, Índia e Brasil juntos.

O exército será o mais afetado pela redução, que passará dos atuais 570 mil membros, o máximo após os atentados de 11 de setembro de 2001, para algo entre 440 mil e 450 mil soldados, número que poderia cair mais 20 mil se o Congresso não evitar novos cortes em 2016.

Os Estados Unidos não administravam um nível de forças de terra tão baixo desde antes da Segunda Guerra Mundial, mas o fim da ocupação no Iraque (2013-2011), a iminente saída do grosso de suas tropas no Afeganistão no final de ano e a crise fiscal que começou em 2008 obrigaram a um novo enfoque.


"Não vamos dimensionar nossas Forças Armadas para que realizem grandes e longas operações de estabilidade", explicou Hagel, que lembrou que a prioridade será manter a hegemonia tecnológica diante de potenciais adversários.

A redução de pessoal não afetará as forças especiais, que continuarão crescendo nos próximos anos até chegar aos 70 mil, após demonstrar a efetividade de seus ataques cirúrgicos e encobertos, não isentos de polêmica.

Outro exemplo da mudança de rumo no esforço por economizar sem perder capacidade de resposta exterior é o final do meio século de vida do avião espião U2, um marco da aviação e da Guerra Fria que será substituído pela aeronave não tripulada "Global Hawk".

Os chamados "drones" aumentarão seu protagonismo no plano apresentado hoje por Hagel, - depois de terem se transformado na arma mais usada nos mandatos do presidente Barack Obama para atacar alvos terroristas em Paquistão, Iêmen e Somália.

Os Estados Unidos relegarão a forte presença militar no Oriente Médio em favor da região Ásia-Pacífico, onde o poderio militar chinês preocupa americanos e seus aliados japoneses, sul-coreanos e filipinos.

Em parte por isso, o plano orçamentário para 2015 mantém o custoso programa de desenvolvimento do caça F-35, os investimentos em cyberdefesa e evita reduzir a atual frota , hoje de 11 porta-aviões americanos, algo que poderia mudar se em 2016 aumentar a necessidade de cortes.

Hagel garantiu que os cortes não afetarão a "forte base industrial militar" americana, um setor com grande peso econômico.

Um alto funcionário americano disse à Agência Efe que este orçamento assegurará que os Estados Unidos "continuem mantendo sua capacidade dissuasória e sua projeção de força", embora "tenha menor margem de erro".

Uma das medidas mais impopulares será a redução à metade de alguns benefícios a militares que para o Pentágono são insustentáveis.

Os subsídios às cooperativas de consumo para militares, pedra angular da economia familiar dos soldados, como o pagamento de salários, os serviços de seguro-saúde, as deduções fiscais por habitação para pessoal militar sofrerão um corte de US$ 1 bilhão nos próximos três anos.

Agora este plano deverá ser aprovado pelo Congresso, onde os republicanos poderiam entorpecer muitos pontos da proposta, especialmente o dos benefícios para militares.

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Washington - As Forças Armadas dos Estados Unidos terão "margem menor de erro" e evitarão guerras de ocupação por causa do novo orçamento , o maior em defesa do mundo apresentado nesta segunda-feira, que marca o início de uma nova era de "eficiência".

Após 13 anos de guerras no Afeganistão e no Iraque, o período bélico mais longo da história americana, o Pentágono detalhou hoje seu programa de despesas para o ano fiscal de 2015, de US$ 496 bilhões.

Esse valor obrigará a cortes de pessoal, pôr fim a frotas inteiras de aeronaves e a avaliar com mais detenção e cautela os projetos de novo armamento.

"É o momento de ser realista. Este orçamento reconhece a realidade e a magnitude de nossos desafios fiscais no perigoso mundo em que vivemos", justificou o secretário de Defesa de EUA, Chuck Hagel, em entrevista coletiva de apresentação das recomendações à Casa Branca.

Apesar destes planos se basearem em cortes menores do que o esperado, se não houver acordo no Congresso para as contas de 2016, o Pentágono poderia se ver obrigado a realizar reduções ainda mais drásticas, que afetariam destróieres navais, um novo caça e o número de aeronaves em serviço.

Apesar de menor que os US$ 600 bilhões de 2013, o orçamento do Pentágono no ano fiscal 2015 continuará sendo maior que o de China, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Alemanha, Índia e Brasil juntos.

O exército será o mais afetado pela redução, que passará dos atuais 570 mil membros, o máximo após os atentados de 11 de setembro de 2001, para algo entre 440 mil e 450 mil soldados, número que poderia cair mais 20 mil se o Congresso não evitar novos cortes em 2016.

Os Estados Unidos não administravam um nível de forças de terra tão baixo desde antes da Segunda Guerra Mundial, mas o fim da ocupação no Iraque (2013-2011), a iminente saída do grosso de suas tropas no Afeganistão no final de ano e a crise fiscal que começou em 2008 obrigaram a um novo enfoque.


"Não vamos dimensionar nossas Forças Armadas para que realizem grandes e longas operações de estabilidade", explicou Hagel, que lembrou que a prioridade será manter a hegemonia tecnológica diante de potenciais adversários.

A redução de pessoal não afetará as forças especiais, que continuarão crescendo nos próximos anos até chegar aos 70 mil, após demonstrar a efetividade de seus ataques cirúrgicos e encobertos, não isentos de polêmica.

Outro exemplo da mudança de rumo no esforço por economizar sem perder capacidade de resposta exterior é o final do meio século de vida do avião espião U2, um marco da aviação e da Guerra Fria que será substituído pela aeronave não tripulada "Global Hawk".

Os chamados "drones" aumentarão seu protagonismo no plano apresentado hoje por Hagel, - depois de terem se transformado na arma mais usada nos mandatos do presidente Barack Obama para atacar alvos terroristas em Paquistão, Iêmen e Somália.

Os Estados Unidos relegarão a forte presença militar no Oriente Médio em favor da região Ásia-Pacífico, onde o poderio militar chinês preocupa americanos e seus aliados japoneses, sul-coreanos e filipinos.

Em parte por isso, o plano orçamentário para 2015 mantém o custoso programa de desenvolvimento do caça F-35, os investimentos em cyberdefesa e evita reduzir a atual frota , hoje de 11 porta-aviões americanos, algo que poderia mudar se em 2016 aumentar a necessidade de cortes.

Hagel garantiu que os cortes não afetarão a "forte base industrial militar" americana, um setor com grande peso econômico.

Um alto funcionário americano disse à Agência Efe que este orçamento assegurará que os Estados Unidos "continuem mantendo sua capacidade dissuasória e sua projeção de força", embora "tenha menor margem de erro".

Uma das medidas mais impopulares será a redução à metade de alguns benefícios a militares que para o Pentágono são insustentáveis.

Os subsídios às cooperativas de consumo para militares, pedra angular da economia familiar dos soldados, como o pagamento de salários, os serviços de seguro-saúde, as deduções fiscais por habitação para pessoal militar sofrerão um corte de US$ 1 bilhão nos próximos três anos.

Agora este plano deverá ser aprovado pelo Congresso, onde os republicanos poderiam entorpecer muitos pontos da proposta, especialmente o dos benefícios para militares.

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